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Conselho de Ética da Câmara adia votação de processo contra Luis Miranda

25.jun.2021 - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), durante depoimento à CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
25.jun.2021 - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), durante depoimento à CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em Brasília*

29/09/2021 11h39

A reunião de hoje para julgar o processo de quebra de decoro por parte do deputado Luis Miranda (DEM-DF) foi adiado, mas ainda não há nova data para discutir o caso. A abertura da investigação foi requerida pelo PTB.

O partido justificou o pedido argumentando que o deputado agiu de má-fé quando denunciou suspeitas de superfaturamento na negociação da vacina contra covid-19 Covaxin, da farmacêutica indiana Bharat Biotech. Um contrato para a compra do imunizante estava sendo desenhado pelo Ministério da Saúde e com intermédio da Precisa Medicamentos.

Segundo o PTB, a acusação de Miranda tinha como intenção manchar a imagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do então ministro da pasta, Eduardo Pazuello. As negociações teriam ocorrido no início do ano e Pazuello foi afastado do cargo em março, para ser substituído por Marcelo Queiroga.

A denúncia veio de Luis Miranda e de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que afirmou sofrer pressões dentro da pasta para a importação da Covaxin ser acelerada, o que não teria ocorrido perante a compra de outros imunizantes, como a da Pfizer e da Janssen.

Assim, os dois irmãos foram convocados à CPI da Covid e prestaram depoimentos em junho. De acordo com o deputado, as suspeitas e possíveis provas contra o suposto esquema no Ministério da Saúde foram entregues a Bolsonaro em um encontro no Palácio do Planalto no dia 20 de março, no qual o irmão estava presente também.

Na ocasião, o presidente teria dito o nome de um deputado aliado que estaria envolvido no esquema. Questionado por senadores na CPI, Luis Miranda custou a revelar quem seria o apontado por Bolsonaro, mas acabou admitindo se tratar Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.

A acusação dos irmãos Miranda levou também para a cadeira de depoente da CPI a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. Em sua declaração, Emanuela falou que a empresa agiu na contramão de como atua normalmente e o contrato com o Ministério foi acelerado. "O nosso sentido de trabalho foi o contrário; nós acatamos 100% de tudo que constava na minuta-padrão que veio do ministério e prosseguimos para a assinatura", afirmou.

Hoje, a CPI escuta o empresário Luciano Hang, dono da Havan, como parte da investigação sobre possíveis irregularidades da Prevent Senior. Apoiador ferrenho de Bolsonaro, Hang é acusado de ter acobertado a morte da mãe, que teria morrido de covid-19 mas recebido outro diagnóstico na certidão de óbito.

*Com informações da Agência Câmara