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Hang desinforma ao citar em CPI índice de anticorpos para não se vacinar

Do UOL, em São Paulo

29/09/2021 18h36Atualizada em 29/09/2021 18h37

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, usou um argumento sem base científica durante depoimento à CPI da Covid, hoje, para justificar por que não se vacinou contra a covid-19.

Hang afirmou que não tomou vacina porque tem um "índice de anticorpos altíssimo" depois de ter pegado a doença. No entanto, mesmo quem já teve a doença deve se vacinar, pois não hágarantia de que a imunidade gerada pelo contágio seja uma proteção suficiente contra a covid.

A vacinação é importante mesmo para quem já contraiu covid-19 porque, em primeiro lugar, não há informações suficientes de quanto tempo dura a imunidade gerada pelo contágio, nem se ela é suficiente contra eventuais novas variantes do coronavírus.

Além disso, um estudo do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês), órgão de saúde do governo dos Estados Unidos, que indica que não vacinados têm o dobro de chance de reinfecção por covid.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que produz a vacina da AstraZeneca no Brasil, também já informou que o risco de doença e de morte pelo vírus é maior que os possíveis benefícios da imunidade natural.

Hang também desinformou ao falar sobre medicamentos

Em outros momentos de seu depoimento, Luciano Hang também reproduziu desinformação ao defender os supostos "tratamento preventivo" e o "tratamento precoce" com medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, como a hidroxicloroquina.

Desde dezembro de 2020, a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que a hidroxicloroquina não seja usada por pacientes com covid-19, independente do grau de gravidade da doença.

Em suas redes sociais, Hang já teve inúmeras atitudes negacionistas, tanto defendendo os remédios ineficazes, quanto criticando medidas comprovadamente eficazes no controle da pandemia, como o isolamento social e a vacinação.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.