Bolsonaro posta foto rindo com Hang um dia após ida de empresário na CPI

Ontem, o empresário chegou ao Senado acompanhado de tropa de choque governista, como o senador e filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), e colegas de Casa Marcos Rogério (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Jorginho Mello (PL-SC).

No depoimento, Hang driblou perguntas feitas pelos senadores sobre a operadora de saúde Prevent Senior —sob suspeita de série de irregularidades, inclusive de ter ocultado inicialmente a morte da mãe de Hang por covid-19— e Jair Bolsonaro.

A atitude irritou parte dos senadores de oposição e independentes, que disseram ver o empresário como réu confesso, apesar das negativas de Hang.

O empresário admitiu possuir "duas ou três" contas bancárias no exterior, além de offshores em paraísos fiscais — sob a justificativa de tentar se proteger de variações bruscas do dólar. Afirmou, porém, que seu patrimônio é legal e negou financiar a disseminação de fake news sobre a pandemia do coronavírus.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), porém, afirmou que a comissão tem indícios de que Hang usa contas no exterior para financiar fake news.

No depoimento, Hang ainda negou fazer parte do gabinete paralelo e rejeitou ser negacionista, embora tenha desinformado ao falar durante a sessão sobre kit covid e citar índice de anticorpos para não se vacinar.

A sessão com Hang dividiu opiniões. Para o colunista do UOL Reinaldo Azevedo, Hang complicou-se na CPI apesar do alarde dos governistas. Já Maurício Stycer avaliou que os senadores não estavam preparados para o desafio de enfrentar o midiático Hang.