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ACM Neto sobre fusão DEM e PSL: Objetivo não é ser visto como bolsonarista

Colaboração para o UOL, no Rio

04/10/2021 11h52Atualizada em 04/10/2021 12h15

O presidente do DEM, ACM Neto, disse hoje no UOL Entrevista que o novo partido que será criado pela fusão do Democrata com o PSL será independente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A nova legenda, batizada de União Brasil, já nascerá com a maior bancada na Câmara, com 54 deputados vindos do PSL e 28 do DEM.

"Nosso caminho não é estar ao lado do presidente da República. Nosso caminho é ter um projeto próprio de candidato à Presidência. Esse partido não nasce debaixo das asas de governo e não há nenhum interesse de estar fazendo jogo com perspectiva de negociar o que quer que seja com o governo", afirmou ACM Neto.

O político disse que os deputados e senadores do União Brasil que sejam contra o direcionamento do partido poderão deixar a legenda. Ele acredita que alguns parlamentares do PSL vão sair da nova sigla, por serem aliados de Bolsonaro.

A gente entende que muitos quadros, que se podem chamar de bolsonaristas mais radicais, de pessoas muito identificadas com o presidente da República, vão acabar deixando o partido, acompanhando o presidente da República, no partido ao qual ele vai se filiar
ACM Neto

ACM Neto afirmou que o líder do União Brasil no Congresso será "fruto de uma nova bancada". Sobre os nomes de peso do DEM que fazem parte do governo Bolsonaro, como o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente do Democratas disse que ele poderá seguir na nova legenda.

"Não sei se o ministro decidirá sair do partido, talvez ele fique. Existem outros quadros que vão acabar saindo. Não vamos fazer esforço para segurar ninguém", afirmou o político.

Assim como imagina com Onyx, ACM Neto também acredita que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), seguirá com o União Brasil. Nos bastidores do noticiário político, aliás, o nome de Pacheco tem sido cogitado como presidenciável do PSD nas eleições do ano que vem.

Confio que ele permanecerá nos quadros do partido, agora do União Brasil. Primeiro porque não há motivos para ele sair. Ele sempre foi muito prestigiado, sempre teve todo o apoio nosso, inclusive na eleição do Senado. A direção partidária priorizou a escolha dele para ser presidente do Senado. E se não fosse o suporte do Democratas, talvez o desfecho (da eleição) tivesse sido outro
ACM Neto

Nomes para 2022

Sobre o representante do União Brasil nas eleições do ano que vem, ACM Neto cita o apresentador José Luiz Datena (PSL), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e até o próprio Rodrigo Pacheco. Para ele, os projetos políticos dos três "não são excludentes".

"A gente ainda tem tempo e espaço para amadurecer os nomes de pré-candidatos à presidente da República, de maneira que possamos chegar no ano que vem e afunilar para um só nome que seja o nome do União Brasil, que represente o nosso projeto", afirmou ACM Neto.

Ao citar possíveis presidenciáveis do União Brasil, ACM Neto chega a lembrar de Ciro Gomes (PDT). O presidente do DEM diz que tem uma relação muito próxima ao pedetista.

Não retiraria Ciro Gomes e o PDT desse diálogo. Apesar de não concordar com tudo que é o pensamento de Ciro, acho que é uma pessoa que tem espírito público e quer ajudar a construir um ambiente melhor para a política brasileira
ACM Neto