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Renan inclui Allan dos Santos e Fakhoury em lista de investigados da CPI

Hanrrikson de Andrade e Thais Augusto

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

06/10/2021 10h57Atualizada em 06/10/2021 16h25

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou hoje a inclusão de mais quatro pessoas na lista formal de investigados do colegiado do Senado. São eles: Otávio Fakhoury (empresário bolsonarista), Allan dos Santos (blogueiro conservador), Marcos Tolentino (dono da Rede Brasil de Televisão e apontado como sócio oculto do FIB Bank) e Danilo Trento (executivo da Precisa Medicamentos).

A lista de investigados já soma, ao todo, 36 pessoas. O senador deve propor ao Ministério Público o indiciamento de vários desses personagens na elaboração do texto final da comissão. A previsão é que o documento seja apresentado e lido em plenário entre os dias 19 e 20 de outubro. A votação deve ocorrer na semana seguinte.

Allan dos Santos, que é dono do canal conservador "Terça Livre", é investigado em dois inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) por disseminação de fake news e ameaça e incitação ao crime contra autoridades. Ele é considerado uma espécie de líder informal das redes bolsonaristas, e muito ligado aos filhos do presidente Bolsonaro.

O empresário Otávio Oscar Fakhoury admitiu, em depoimento à CPI da Covid, que financiou o Força Brasil. O instituto tentou intermediar a venda de 400 milhões de doses de vacinas AstraZeneca ao governo federal por meio da empresa norte-americana Davati Medical Supply —a CPI investiga a denúncia de que houve pedido de propina de US$ 1 por vacina.

Já Danilo Trento é diretor da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a compra da Covaxin pelo governo federal junto ao laboratório indiano Bharat Biotech. Tolentino, por sua vez, é apontado como sócio oculto do FIB Bank (empresa que, apesar do nome, não é um banco), responsável por emitir uma carta de fiança suspeita na transação para aquisição do imunizante indiano.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.