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CPI da Covid convoca Queiroga para depor no dia 18 pela terceira vez

Hanrrikson de Andrade,Thais Augusto e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

07/10/2021 11h11Atualizada em 07/10/2021 15h45

A CPI da Covid aprovou hoje convocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para depor à comissão pela terceira vez. O presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), marcou a audiência para o próximo dia 18.

A assessoria do ministro informou que ele ainda não foi notificado da nova convocação, mas disse que ele está à disposição da CPI para prestar os esclarecimentos necessários.

Queiroga, que já compareceu à CPI em duas oitivas anteriores (em 6 de maio e em 8 de junho), deve ser pressionado a esclarecer temas como a interrupção (já revogada) da vacinação para adolescentes no país e a retirada de pauta de um parecer sobre a cloroquina em reunião da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Serviço Nacional de Saúde).

O ministro também deve ser cobrado a explicar a possibilidade de retirar da campanha de imunização em 2022 a CoronaVac —vacina produzida pelo Instituto Butantan (SP) em parceria com o laboratório chinês SinoVac.

Anteontem, a CPI aprovou um requerimento que exige de Queiroga, em 48 horas, respostas a tais questionamentos. Foi uma alternativa para que ele não precisasse voltar a depor presencialmente na CPI, mas os senadores não receberam resposta.

O pleito para reconvocação foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Antes de o requerimento ser aprovado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu que há tempo hábil para ouvir o Queiroga e que a CPI não poderia encerrar os trabalhos sem um parecer da Conitec sobre a ineficácia da cloroquina.

"São questionamentos simples, seu presidente. Embora essa CPI tenha estimado prazo de 48 horas para a chegada das informações, o senhor ministro ainda não respondeu", disse ele.

Queria rogar que não descartemos a vinda do Queiroga a essa CPI, não podemos terminar sem o Conitec emitir uma posição clara da ineficácia da cloroquina e sem resposta sobre vacinação de brasileiros no ano que vem.
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) durante CPI da Covid

O senador também disse não duvidar que o ministro Queiroga será demitido do cargo após o encerramento dos trabalhos da CPI.

"Estava previsto para hoje uma reunião da Conitec para finalmente emitir um parecer técnico da ineficácia do uso da cloroquina. O que ocorre? O presidente da República se irrita com o ministro Queiroga e determina, lá do Palácio do Planalto, a retirada do tema da pauta da Conitec", afirmou.

O Ministério da Saúde informou que o pedido de retirada partiu do próprio coordenador do grupo de especialistas que está elaborando as diretrizes do tratamento ambulatorial dos pacientes com covid-19 devido à "publicação de novas evidências científicas dos medicamentos em análise".

"O documento será aprimorado e vai ser pautado assim que finalizado", acrescentou.

O relatório final da CPI a ser elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), deve ser apresentado no dia 19 para, então, ser votado no dia seguinte.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.