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'Incompetência da esquerda elegeu Bolsonaro', diz Datena

Datena fez críticas a governos petistas e a Bolsonaro em entrevista à revista Veja - Diego Padgurschi/UOL
Datena fez críticas a governos petistas e a Bolsonaro em entrevista à revista Veja Imagem: Diego Padgurschi/UOL

Do UOL, em São Paulo

15/10/2021 10h22

O apresentador José Luiz Datena disse, em entrevista à revista Veja, que a vitória de Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais foi consequência do que chamou de "péssima condução dos regimes de esquerda".

Pré-candidato do PSL à presidência em 2022, Datena disse que o governo de Dilma Rousseff (PT) foi o "pior de todos os tempos" e que a "incompetência da esquerda elegeu Bolsonaro". Ele ainda disse que se decepcionou com o atual presidente.

"Tive todas as decepções, como todo cidadão que votou nele. Mas não esperava muito, sinceramente. Quem criou Bolsonaro foi a esquerda, o Lula indo para a cadeia, o Lula criando a Dilma, o pior governo de todos os tempos, que jogou o país no nosso pior período recessivo", disse Datena.

"Bolsonaro não foi eleito pelos méritos dele. Quem o elegeu foi a péssima condução dos regimes de esquerda. A incompetência da esquerda elegeu Bolsonaro, e a incompetência do governo Bolsonaro está agora trazendo Lula de volta", completou.

A análise de Datena vai ao encontro de outras traçadas por críticos de Lula e Bolsonaro, mas é rebatida com veemência pelo PT. O apresentador também disse que vê semelhanças entre ambos.

"Ideologicamente, tudo diferente. De parecido, quase todo o resto, tanto que um levou ao outro — e vice-versa", disse.

Polarização

Datena ainda disse concordar com a tese de que uma eventual polarização entre Lula e Bolsonaro prejudica o fortalecimento de outras candidaturas. A avaliação é comum entre os defensores de uma chamada "terceira via".

"A polarização é, acima de tudo, uma estupidez, pregar o ódio. Polarizar é dividir em dois o que pode ser dividido em muitos, dar mais chance para que o brasileiro escolha. Tem de abrir o leque para que a disputa ideológica continue, porém mais aberta", disse.

Para Datena, a aproximação das eleições pode embaralhar o favoritismo de Lula, que aparece na liderança de pesquisas eleitorais, e a presença de Bolsonaro como seu principal contraponto.

"Talvez esse número de indecisos, ou quem está ainda pensando em votar em Lula ou Bolsonaro, mude de posição com alguém que tenha ideias mais próximas de um Brasil que precisa mudar. Com esses dois, não vai", disse.