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Gargalhada de Flávio Bolsonaro é de nervosismo, diz Humberto Costa

Colaboração para o UOL

20/10/2021 19h21

O senador Humberto Costa (PT-PE) acredita que a risada de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) ao imitar a reação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre acusações contra seu pai no relatório final da CPI da Covid é muito mais nervosismo e medo do que sarcasmo ou, ainda, por achar que a comissão não tem seriedade.

"Nós ouvimos autoridades jurídicas do Brasil inteiro, os melhores escritórios de advocacia do país, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pessoas que já tiveram militância no próprio tribunal penal internacional, e procuramos fazer isso com muita tranquilidade e cautela", disse o senador petista ao UOL News na noite desta quarta-feira (20).

"Acho que o governo continua subestimando a CPI e seus efeitos. No início, Bolsonaro também ficou brincando, dizendo que não ia ter CPI, se tivesse era um circo e que não ia avançar. Agora, já tem contra si um relatório bastante robusto, com provas importantes. Então, considero muito mais um ato de desespero do que propriamente uma ironia fina de quem acha que nada vai acontecer."

Questionado sobre os motivos pelos quais o crime de homicídio foi retirado do texto final da comissão, Costa afirmou que os senadores optaram por fazer um relatório que estivesse tecnicamente muito bem embasado, mas que, politicamente falando, o presidente Bolsonaro continuará sendo chamado de "assassino".

"O homicídio tem que ser individualizado, não podemos falar de homicídio coletivo. Então, para assumir a figura jurídica que havia anteriormente, homicídio qualificado e por motivos torpes, nós correríamos o risco dessa acusação não ser aceita. É óbvio que politicamente nós vamos continuar chamando o presidente Bolsonaro de assassino e genocida porque é o que ele é politicamente, mas a qualificação como crime de epidemia com resultado de morte, inclusive do ponto de vista da pena, é maior do que o do homicídio. Apesar do termo não ser muito bem conhecido, tem pena prevista de 15 a 30 anos."