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Moro repete Bolsonaro e Lula e usa chapéu de couro em visita a Pernambuco

O presidenciável Sergio Moro usa chapéu de couro durante passagem por Recife (PE) Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo*

06/12/2021 10h32Atualizada em 06/12/2021 19h00

O presidenciável Sergio Moro (Podemos) usou um chapéu de couro nordestino em sua visita a Recife, em Pernambuco, para o lançamento do seu livro de memórias chamado "Contra o sistema da corrupção" (288 páginas, Editora Sextante). O uso do item da cultura nordestina por Moro, que fazia a sua primeira ida ao Nordeste para cumprir agenda, repete os gestos já realizados pelo ex-presidente Lula (PT), o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL) e o também presidenciável João Doria (PSDB).

Ao lado de apoiadores e sem usar máscara de proteção contra a covid-19, Moro tirou fotos que circularam na internet e foram alvos de críticas em razão da repetição do gesto por parte de políticos.

Sergio Moro se colocou na corrida eleitoral ao se filiar ao Podemos em novembro deste ano. Desde então, o ex-juiz tem concedido entrevistas, participado de eventos e se encontrado com lideranças políticas com a intenção de viabilizar sua candidatura.

Durante o evento no Recife, Moro voltou a pautar sua fala no combate à corrupção e à pobreza. Ele afirmou ser favorável aos programas de transferência de renda, que, acredita, precisam ser mantidos. O ex-juiz também reforçou a sugestão de criar uma agência reguladora com foco na erradicação da pobreza.

Poucos minutos antes do evento, manifestantes protestaram contra o jurista em frente ao teatro, carregando a faixa "Moro Suspeito prendeu Lula sem provas". Após proferir as frases, os manifestantes foram embora sem animosidade.

Repercussão

Um usuário do Twitter, com o nome de Davi Silva, criticou que o Moro, o presidente, ex-chefes do Executivo, e candidatos a cargos políticos por usarem o item da cultura nordestina com o objetivo de angariar votos ou a "simpatia" dos eleitores da região.

"Populismo bate forte né, Lula, Doria, Bolsonaro e agora Moro não podem chegar no Nordeste que já botam o chapéu. Como se a nossa cultura se resumisse a um simples acessório", escreveu.

"Meu voto vai ao Moro, mas não gosto desse bagulho de colocar chapéu para aparecer bonitinho na foto tentar atrair o povão", criticou outro.

"Tentando demonstrar naturalidade, o ex-ministro de Bolsonaro esteve no Recife e tascou logo um chapéu típico. Não funcionou...", escreveu um terceiro.

"Na próxima vez que o Moro for a Recife quero ver se ele vai comer uma buchada de bode, porque o chapéu de cangaceiro ele já colocou no cabeção para enganar o povo nordestino, o cabra traíra."

"Até gosto do @SF_Moro,não o acho da esquerda, só que: 1 - Precisa de conexão com o povo; 2 - Nordestino não anda com chapéu de cangaceiro; 3 - Quem usa chapéu de Couro (cuia) é sertanejo; 4 - Nordestino do litoral anda de bermuda e chinelo; 5 - Caracterizar assim é ignorância."

"Mania de achar que colocando um chapéu desse é sinal de amor pelo povo nordestino. Já tem cara de sofrência por natureza, com esse chapéu lacrou no desespero. Tenha piedade Senhor!", comentou outro internauta.

Uso do item

O uso de chapéus associados à cultura nordestina, como o chapéu de couro e o chapéu de boiadeiro, é de praxe durante campanhas e pré-campanhas à Presidência da República.

Nomes que disputaram outras eleições fizeram gesto parecido, além dos já citados, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e os então candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Haddad (PT), José Serra (PSDB) e Aécio Neves (PSDB), entre outros.

O presidente Jair Bolsonaro vestiu a peça em mais de uma oportunidade, tanto durante sua campanha, em 2018, quanto em viagens pelo Nordeste depois de eleito.

O mandatário também tem o costume de usar um chapéu de vaqueiro, menor e mais arredondado, quando visita a região. Ele fez uso do item na inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia, em 2019, e durante viagem ao interior do Piauí em 2020, por exemplo.

Na Lava Jato, ex-juiz condenou Lula

Entre 2014 e 2018, Moro foi juiz que julgou os principais casos de corrupção da Operação Lava Jato, na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele condenou Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. A sentença, confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral da 4ª Região, tornou o petista "ficha suja".

Com isso, Lula não pôde disputar as eleições de 2018. Jair Bolsonaro (então no PSL) venceu Fernando Haddad (PT) no segundo turno, em outubro de 2018. E Sérgio Moro deixou a magistratura para ser ministro da Justiça de Bolsonaro.

Em 2020, o rompimento do ex-juiz e do presidente Bolsonaro trouxe sequelas judiciais. A Procuradoria-Geral da República investiga se Bolsonaro cometeu crimes como corrupção passiva no episódio de buscar trocar policiais. O inquérito, que também está a cargo da Polícia Federal, corre no Supremo Tribunal Federal.

*Com informações de Eduardo Militão, do UOL, em Brasília, e do Estadão Conteúdo

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