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'Não aguenta dez segundos de debate', diz Bolsonaro sobre Moro

Do UOL, em São Paulo

06/12/2021 21h10Atualizada em 07/12/2021 08h18

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar hoje Sergio Moro (Podemos), a quem acusou de ter trabalhado "contra" o governo na época em que era ministro da Justiça e Segurança Pública, entre janeiro de 2019 e abril de 2020. Ele também minimizou uma eventual candidatura do ex-juiz à Presidência em 2022, dizendo que Moro "não aguentaria dez segundos de debate" — em 2018, quando candidato, Bolsonaro participou de apenas dois debates, um na Band e o outro na RedeTV!.

"Moro falou que podia ser mais rígido, me peitar mais durante a questão das portarias sobre armamento. Como é que o cara aceita trabalhar comigo sabendo que sou armamentista e depois trabalha contra? Ele trabalhou contra por muito tempo, descobri mais tarde. Tinha que ter caráter, né?", disse o presidente, em conversa com apoiadores, gravada pelo canal "Foco do Brasil".

Para tentar copiar meu [slogan de campanha] 'Brasil acima de tudo, Deus acima de todos', ele [Moro] botou 'o povo acima de tudo'. Esse não aguenta dez segundos de debate.
Jair Bolsonaro, a apoiadores

Ataques a Moro na semana passada

Na quinta-feira (2), durante sua live semanal, Bolsonaro já havia chamado Moro de "mentiroso" e "sem caráter", em resposta a uma declaração do ex-juiz sobre uma suposta comemoração pela soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2019 — o que Bolsonaro negou. (Assista abaixo)

"A última notícia dele [Moro] é que 'Bolsonaro comemorou quando Lula foi solto, diz Moro'. É um vídeo, e ele fala 'ouvi dizer'. É um papel de palhaço, um cara sem caráter", disparou o presidente. "Agora ele vai me acusar disso, que comemorei. 'Ouvia no Palácio do Planalto que ele comemorou porque era bom politicamente para ele'. Tá de brincadeira. Mentiroso deslavado!"

Durante a transmissão ao vivo, Bolsonaro também rebateu a acusação de que não teria apoiado a manutenção da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, dizendo que quem tinha que trabalhar nesta questão era Moro, não ele.

"Ele [Moro] sai atirando, falando que não apoiei para aprovar a [prisão após condenação em] segunda instância. É ele que tem que trabalhar, não eu. Ele apresenta um projeto de lei para regulamentar um inciso do artigo 5º da Constituição e diz que eu tinha que me empenhar? Quem tinha que se empenhar era ele", afirmou.