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Bolsonaro diz que 12 ministros devem deixar o governo em março

                                 Jair Bolsonaro                              -                                 ISAC NOBREGA/PR
Jair Bolsonaro Imagem: ISAC NOBREGA/PR

Do UOL, em São Paulo

19/01/2022 00h13Atualizada em 19/01/2022 10h41

O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou hoje que 12 de seus ministros devem deixar os cargos em março para disputar as eleições. A previsão inicial era de que oito palacianos deixassem as funções. A declaração do presidente foi feita em entrevista à "Sidy's TV", do Rio Grande do Norte.

Cada ministro já fez um relatório do que foi feito nos últimos três anos. Nós vamos continuar trabalhando sem parar. No fim de março, nós devemos ter 12 ministros que vão concorrer a cargos eletivos pelo Brasil e já está praticamente acertado quem os substituirão. E continuarão mantendo o mesmo ritmo. Jair Bolsonaro

O mandatário também disse que "o povo brasileiro não terá uma eleição difícil" e traçou uma comparação de seu governo com a de gestões realizadas pelo PT (Partido dos Trabalhadores), seu principal oponente nas eleições que serão realizadas em outubro.

Eu creio que não vai ser uma eleição difícil para o povo brasileiro. Vocês vão poder comparar praticamente quatro anos do meu governo com 14 do PT. Lá atrás, voltado por (sic) promessas, ilusões e um governo com muita corrupção e sem perspectiva de futuro. E o nosso, a gente mostra, né? Nós temos mostrado o que tem sido feito ao longo desse tempo todo. Então não acho que vai ser difícil a população escolher em outubro quem ela quer para comandar o nosso país a partir de 2023. Presidente Jair Bolsonaro

Pesquisa eleitoral do Instituto Ideia, contratada pela revista Exame e divulgada na semana passada, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega a 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 24% do presidente Jair Bolsonaro. Além disso, o petista venceria qualquer adversário em um eventual segundo turno. Na sequência aparecem o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos), com 11%, o ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 7%, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 4%.

Questionado pelo apresentador sobre a forma como outros pré-candidatos têm se comportado, Bolsonaro disse não querer polemizar e prefere dar a oportunidade para os demais crescerem.

"Olha, eu não procuro opinar porque vai ter um contra-ataque, né? Eu vou dar a oportunidade a eles, aí, em cima do que eu falar aqui, crescerem, contestarem. Eu não quero polemizar. Pretendo deixar esse debate para as eleições. Então, eu prefiro não polemizar sobre esse ou aquele pré-candidato para não causar intrigas, né? A política lamentavelmente é permeada de intrigas e de brigas. E eu pretendo fazer uma campanha mostrando o que nós fizemos e o que pretendemos fazer para o futuro", afirmou ele.

Durante a entrevista, Bolsonaro também falou sobre a condução de seu governo no combate à pandemia de covid-19 e sobre a crise econômica que atinge o Brasil.

Anteontem, Bolsonaro afirmou que a inflação será menor este ano ano, depois de fechar 2021 em 10,06%, maior nível desde 2015.

Analistas ouvidos pelo Banco Central no Boletim Focus apontam, de fato, desaceleração da inflação em 2022, para 5,09%. Caso a previsão se confirme, porém, a inflação ficará novamente acima da meta do BC, que é de 3,5% neste ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.

Os analistas ouvidos pelo Focus aumentaram suas projeções para a inflação neste ano, que antes era de 5,03%. Também subiram a estimativa para 2023, de 3,36% para 3,4%. No ano que vem, a meta de inflação é de 3,25%, com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.