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Assessores do Governo Bolsonaro são acusados de racismo com especialista

Tercio Arnaud Tomaz, assessor do Planalto, e o presidente Jair Bolsonaro - Reprodução/Facebook Tercio Arnaud Tomaz
Tercio Arnaud Tomaz, assessor do Planalto, e o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução/Facebook Tercio Arnaud Tomaz

Do UOL, em São Paulo

27/01/2022 22h46

Assessores e outros integrantes do Governo Bolsonaro debocharam de uma especialista em segurança pública que participou de um jornal da TV Globo. Carolina Soares é mestranda em Sociologia pela USP e pesquisa políticas penais da Lei Maria da Penha, além de atividades ligadas a direitos da mulher, aos direitos humanos e a segurança pública. No Twitter, eles foram acusados de racismo por conta de comentários e risadas feitas sobre Carolina, que é negra. Para os usuários da rede social, os comentários se deram por conta da aparência de Carolina.

O assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, Tercio Arnaud Tomaz, postou uma imagem da entrevista ao Jornal Hoje, e circulou o nome e a identificação de Carolina, que apareciam nos créditos. A publicação teve pelo menos mil comentários e mais de 2 mil curtidas.

Assessores do Governo Bolsonaro atacam especialista com frases racistas  - Reproduçaõ/Twitter - Reproduçaõ/Twitter
Imagem: Reproduçaõ/Twitter

A publicação dele acabou levando a comentários de usuários da rede social e também de colegas de governo.

O secretário nacional de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual da Secretaria Especial da Cultura, Felipe Carmona, também fez um comentário muito criticado, e considerado racista.

"Tão especialista em Segurança Pública quanto em Salão de beleza", escreveu Carmona, em resposta a uma outra publicação, que foi deletada.

Assessores do Governo Bolsonaro atacam especialista com frases racistas  - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Com a repercussão, Carmona negou que o comentário tenha relação com a aparência da especialista. Segundo ele, não se trata de racismo e, sim, de currículo.

"Zero experiência em Segurança Pública, bem como em salão de beleza", escreveu.

Já André Porciuncula, secretário nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, e Felipe Pedri, secretário nacional do Audiovisual. publicaram risadas em resposta à publicação dos colegas de governo.

O Jornal Nacional mostrou que a pesquisadora pediu ao Twitter que retire as publicações ofensivas feitas pelos integrantes do Governo Federal do ar. À reportagem, Carolina disse que estava recebendo ameaças e insultos por conta da repercussão que o assunto teve. Para ela, a postagem foi "um desrespeito intelectual, misógino e racista" e um desrespeito à formação acadêmica e à atividade profissional dela, além de "um ataque à sua condição de mulher negra".

Depois, eles riram da repercussão. André Porciuncula voltou ao Twitter e, com ironia, disse que só ri porque acha as reportagens da Globo engraçadas. Tercio Tomaz postou uma foto do dia em que Bolsonaro foi ao Jornal Nacional durante o período das eleições de 2018.