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Bolsonaro chama ditadores brasileiros de 'homens de visão'

Bolsonaro discursa em evento e defende ditadores militares - Divulgação/EBC
Bolsonaro discursa em evento e defende ditadores militares Imagem: Divulgação/EBC

Lucas Valença*

Do UOL, em Brasília

22/02/2022 13h05Atualizada em 22/02/2022 15h49

Ao discursar no evento de posse do novo diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, almirante Anatalicio Risden, hoje (22), o presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou os ditadores do regime militar brasileiro de "homens de visão e de futuro".

"O nosso agronegócio hoje em dia é algo fantástico graças a esse homem que foi descoberto por nada mais nada menos que nosso prezado Ernesto Geisel. E Itaipu, Emílio Garrastazu Médici", declarou, em referência ao general que em 1978 assinou, com o então presidente do Paraguai, Alfredo Stroessnero, o tratado que permitiu a criação da usina.

O presidente também criticou a atuação de governos passados. "Até há poucos anos as nossas estatais eram deficitárias, agora são lucrativas. E essa diferença entre déficit e superávit está na casa dos R$ 90 bilhões. Por que isso? É a maneira séria de se escolher pessoas para estarem a frente dessas estatais", declarou.

Empreiteiras

No mesmo discurso, Bolsonaro disse esperar que "brevemente todas as nossas grandes empreiteiras estejam recuperadas e trabalhando pelo nosso Brasil".

Grandes empreiteiras do país foram impactadas nos últimos anos em razão das investigações realizadas pela operação Lava Jato, que apurou uma série de crimes como corrupção e desvio de recursos públicos.

Essa operação teve como o principal personagem o então juiz Sergio Moro, que posteriormente foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro, mas depois deixou o cargo e atualmente é desafeto dele, com quem deve concorrer à Presidência da República pelo Podemos nas eleições de outubro.

Primeiro a discursar, o almirante Risden era diretor financeiro da Itaipu Binacional antes de ser nomeado hoje para o comando da hidrelétrica no Brasil em 27 de janeiro deste ano.

O militar substitui o general João Francisco Ferreira, que havia pedido exoneração do cargo dois dias antes por "motivos pessoais".

*Com informações da Reuters