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Gabinete de Bolsonaro no RJ custou R$ 1,7 milhão e está sem uso, diz jornal

Bolsonaro nunca esteve em gabinete criado no Rio para despachos presidenciais - Isac Nóbrega/Presidência da República
Bolsonaro nunca esteve em gabinete criado no Rio para despachos presidenciais Imagem: Isac Nóbrega/Presidência da República

Do UOL, em São Paulo

10/04/2022 10h35Atualizada em 10/04/2022 11h06

Um gabinete criado para o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer seus despachos no Rio de Janeiro custou R$ 1,7 milhão aos cofres públicos e está sem uso por ele desde o início do mandato, em janeiro de 2019. Segundo reportagem do jornal EXTRA, o valor que saiu do caixa da União serviu para pagar os salários de servidores que fazem expediente no local.

De acordo com a publicação, o escritório foi criado por Bolsonaro em um de seus primeiros atos como presidente. O Rio de Janeiro é o domicílio eleitoral do chefe do Executivo.

O gabinete fica no Palácio da Fazenda, no Centro, e também possui salas que são utilizadas pelo ministro Paulo Guedes (Economia) quando ele viaja para a capital do Rio. Ao todo, quatro funcionários trabalham no escritório, que ainda passou por uma reforma que ficou pronta em maio de 2019.

O UOL entrou em contato com Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência e aguarda retorno.

Ao EXTRA, a Secretaria-Geral da Presidência informou, por meio de pedido feito via Lei de Acesso à Informação, que o local foi montado para que Bolsonaro pudesse trabalhar enquanto estivesse no Rio. O escritório serviria também para dar apoio administrativo e operacional ao presidente e a ministros.

"Informamos que não foram localizadas agendas presenciais no Gabinete Regional do Rio de Janeiro em relação a essas autoridades", disse a Secretaria-Geral, em referência a Bolsonaro e aos seus auxiliares de primeiro escalão.

Ninguém trabalhava no gabinete na quinta

A reportagem do jornal foi ao local na última quinta-feira (7) e constatou que ninguém estava presente.

Em uma ligação por telefone, a capitã reformada da Marinha Andrea de Almeida Porto, que ocupa o cargo de assessora especial da Presidência no Rio, disse ao EXTRA que a ausência de servidores foi uma "coincidência" e que eles vão ao local diariamente. O horário do telefonema, segundo o jornal, foi às 15h45.

No dia seguinte, repórteres tentaram voltar ao escritório, mas dessa vez foram impedidos de entrar no prédio.