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Lula pede desculpa após fala sobre policiais: 'Erram, mas salvam vidas'

Herculano Barreto Filho e Pedro Vilas Boas

Do UOL, em São Paulo, e Colaboração para o UOL, em Salvador

01/05/2022 16h09Atualizada em 02/05/2022 10h20

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu desculpa, durante ato pelo Dia do Trabalhador hoje na praça Charles Miller, em São Paulo, após sua fala sobre policiais em um evento ontem. Na ocasião, o petista disse: "Ele [Bolsonaro] não gosta de gente, ele gosta de policial".

"Quero aproveitar e pedir desculpa aos policiais desse país, porque, muitas vezes, cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. Temos que tratá-los como trabalhadores nesse país", disse, ao lado de lideranças sindicais e políticas.

"Resolvi pedir desculpas junto a vocês porque, nesse país, não é habitual pedir desculpa. Eu, por exemplo, estou esperando que as pessoas que me acusaram o tempo inteiro peçam desculpas".

Além de viralizar nas redes sociais, a gafe cometida por Lula foi criticada por Bolsonaro. O presidente usou as redes sociais para responder à fala do petista e afirmar que defende "o cidadão de bem'.

Sem citar Lula, Bolsonaro publicou um vídeo antigo no qual ele fala sobre redução da maioridade penal, chama detentos de "vagabundos" e defende a legítima defesa no campo contra o MST.

"Enquanto uns acham que policial não é gente e que tem que soltar jovens ladrões, traficantes e latrocidas, nós sempre defendemos o cidadão de bem", escreveu.

Lula durante ato pelo Dia do Trabalhador, em São Paulo - Herculano Barreto Filho/UOL - Herculano Barreto Filho/UOL
Lula durante ato pelo Dia do Trabalhador, em São Paulo
Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Lula diz que "milicianos de Bolsonaro" podem ter matado Marielle Franco

O ex-presidente Lula também reservou parte do seu discurso para criticar seu principal adversário na disputa presidencial, o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). Ele disse que, "quem sabe", milicianos ligados ao chefe do Executivo mataram a ex-vereadora carioca Marielle Franco.

"Esse atual dirigente, que eu chamo de fascista e genocida, nunca se reuniu com dirigentes sindicais, governadores, prefeitos, movimentos sociais. Esse cidadão só governa para, quem sabe, os milicianos dele e alguns, quem sabe, com responsabilidade pela morte de Marielle [Franco, ex-vereadora carioca assassinada]".

Na fala, Lula também defendeu a garantia de direitos aos trabalhadores de aplicativo. O petista disse que eles são escravizados pelas empresas.

"A gente vai ter que sentar numa mesa e regulamentar a vida das pessoas que trabalham com aplicativo. A gente vai ter que dizer que esses companheiros que trabalham com aplicativo não podem ser tratados como se fossem escravos".

Lula no ato das centrais sindicais para celebrar o 1º de Maio, em São Paulo - Bruno Santos/ Folhapress - Bruno Santos/ Folhapress
Lula no ato das centrais sindicais para celebrar o 1º de Maio, em São Paulo
Imagem: Bruno Santos/ Folhapress

Lula diz que está "tudo formalizado" sobre eleição

Apesar de começar o discurso explicando à militância que não poderia falar sobre eleição, por causa da legislação eleitoral, o ex-presidente Lula disse que já está "tudo formalizado" sobre o pleito, sugerindo uma vitória.

"Logo, logo vai estar tudo formalizado e vamos acordar num belo dia do mês de outubro agradecendo a Deus pela liberdade, porque a liberdade finalmente abriu as asas sobre o povo brasileiro e vamos voltar a ser um país civilizado, as instituições vão se respeitar", afirmou o petista.

Pesquisa PoderData divulgada em 29 de abril pelo site Poder360 aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da disputa pela Presidência, com 41% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, aparece em segundo, com 36%, uma diferença de cinco pontos percentuais.