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Vereador compara Marielle a Ustra para criticar homenagem em MG

Do UOL, em São Paulo

02/06/2022 18h47

O vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL) comparou a vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em 2018, ao torturador Carlos Brilhante Ustra. A fala aconteceu durante sessão de ontem, quando o político questionava a mudança de nome do Centro de Saúde Vila Cemig, em BH, para Marielle Franco.

"Se eu tomasse essa atitude, de mudar esse nome para, por exemplo, Centro de Saúde Carlos Alberto Brilhante Ustra, estaria todo mundo aqui já em pane porque não pode mudar isso. Só que como é de um lado, pode tudo", disse o vereador.

O vereador ainda questionou se o centro de saúde vai passar a "fazer aborto", porque "a Marielle era abortista". Nikolas fez um apelo para que o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), rejeite a mudança, e chamou o PSOL de "partido ridículo". Depois, ao deixar o microfone, disse ter sido chamado de "babaca".

O parlamentar é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo nacional, elogiou Ustra quando deputado, e o chamou de "herói nacional" em 2019.

Na sessão de ontem, a vereadora Iza Lourença (PSOL), rebateu a afirmação de Ferreira. Na sua vez de falar, a parlamentar disse que homenagear "heroínas e lutadoras do nosso povo" também é "fazer política", e criticou "quem cresce na política atacando os outros".

"Foi a violência política que matou Marielle Franco. Marielle que defende a vida das pessoas. (...) E quem defende a morte são aqueles que pregam o ódio. São os preconceituosos. (...) Marielle foi uma heroína do nosso povo, e merece toda homenagem", disse a vereadora.

Nikolas começou a discussão porque disse que parlamentares como a colega têm uma "comoção seletiva", e cobrou reação da esquerda a ataques sofridos pelo vereador Marcos Crispim (PP). Ele foi chamado de "capitão do mato" por foto com o governador Romeu Zema (Novo) e o deputado federal Marcelo Aro (PP).

No Twitter, o PSOL postou o vídeo do momento. Na publicação, o partido diz que o discurso de Nikolas Ferreira "é nojento".