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Ebola avança mais rápido que esforços para controlá-lo, diz diretora da OMS

Em Conacri (Guiné)

01/08/2014 11h38

A epidemia do ebola, que afeta oficialmente três países africanos, está se acelerando e pode se propagar sem controle, o que provocaria perdas humanas catastróficas, advertiu nesta sexta-feira (1º) a diretora da OMS, Margaret Chan.

A resposta à epidemia foi infelizmente inadequada e, como consequência, o vírus "está se movimentando mais rápido que nossos esforços para controlá-lo", disse Chan aos líderes de Guiné, Serra Leoa e Libéria durante uma cúpula regional.

O balanço da epidemia de febre hemorrágica provocada pelo vírus do ebola na África Ocidental aumentou para mais de 1.300 casos, anunciou nesta quinta-feira (31) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No total, até 27 de julho, 729 pessoas morreram vitimadas pelo ebola, entre elas 47 em apenas quatro dias.

Entre 23 e 27 de julho, foram registrados 122 novos casos (confirmados, proáveis e suspeitos) e foram notificadas 57 mortes na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, acrescentou a OMS.

Serra Leoa e Libéria tomaram medidas drásticas diante da epidemia de febre hemorrágica. Horas após a presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, ordenar na noite de quarta-feira o fechamento de todas as escolas, seu colega de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, decretou nesta quinta-feira estado de emergência.

"Os desafios extraordinários exigem medidas extraordinárias. A doença provocada pelo vírus ebola constitui um desafio extraordinário para nossa nação", declarou Koroma em um discurso divulgado pela televisão. "Portanto, proclamo o estado de emergência pública", acrescentou.

Koroma também anunciou medidas, como colocar em quarentena as áreas afetadas pelo ebola, mobilizar forças de segurança para proteger as equipes médicas e proibir as reuniões públicas, assim como vasculhar os locais onde acredita-se que possam existir pessoas doentes.

O presidente também disse que "houve mais de 130 sobreviventes desta doença", ressaltando as possibilidades de cura que as pessoas internadas em centros de saúde têm.