Ebola

Ebola soma 5.689 óbitos e 15.935 casos, segundo OMS

Em Genebra

O número de óbitos provocados pela atual epidemia de ebola atinge 5.689, sobre um total de 15.935 casos, informa o último boletim da OMS (Organização Mundial de Saúde), publicado nesta quarta-feira (26).

O boletim precedente, emitido na última sexta-feira (22), revelava 5.459 óbitos e 15.351 casos.

A OMS destaca que seus números podem estar subestimados.

Na Guiné, origem da atual epidemia, iniciada em dezembro de 2013, o último boletim aponta 1.260 óbitos sobre 2.134 casos.

Na Libéria, o vírus já matou 3.016 pessoas, entre os 7.168 infectados; e em Serra Leoa ocorreram 1.398 óbitos, sobre 6.599 casos.

Segundo a OMS, cerca de 600 novos casos são registrados por semana nos três países do oeste da África, os mais atingidos pela atual epidemia.

A Organização Mundial de Saúde estima que a epidemia se estabilizou na Guiné, está em declínio na Libéria e cresce, "sem dúvida", em Serra Leoa, com o registro de 385 novos casos em uma semana.

No Mali, o último país afetado pelo ebola, a OMS registrou oito casos, com seis óbitos.

O relatório destaca que entre o pessoal da saúde o ebola já deixou 340 mortos, sobre o total de 592 infectados.

Entenda o ebola
  • O que é o ebola?
    É uma doença causada por vírus, que pode ser fatal em até 90% dos casos. A morte geralmente ocorre por falhas renais e problemas de coagulação, em até duas semanas após a aparição dos primeiros sintomas.
  • Como se contrai o vírus?
    Ele é transmitido pelo contato direto e intenso com sangue e fluidos corporais (como suor, urina, fezes e sêmen, por exemplo) de pessoas contaminadas e de tecidos de animais infectados. Até o momento, não há notícias de pessoas que transmitiram o vírus antes de apresentarem os sintomas.
  • Quais os sintomas mais comuns?
    Febre repentina, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e inflamação na garganta. Depois, vômito, diarreia, coceira, deficiência hepática e renal e, em alguns casos, hemorragias internas e externas. O período de incubação costuma ser de dois a 21 dias, ou seja, esse é o tempo que pode levar para a pessoa infectada começar a apresentar os sintomas.
  • O que é um caso confirmado?
    Um caso suspeito com resultado laboratorial positivo para o vírus ebola realizado em laboratório de referência.
  • O 1º exame negativo descartada a doença?
    Não. O descarte só é feito após dois exames laboratoriais negativos com intervalos de 48h entre eles.
  • Qualquer unidade de saúde pode colher sangue para teste?
    Não. Esta doença é de notificação compulsória imediata. O Ministério da Saúde recomenda que, em caso de suspeita, a pessoa seja isolada e o ministério, acionado imediatamente para que o paciente seja levado a uma unidade de referência. Somente neste local pode ser feita a coleta de sangue.
  • Qualquer laboratório pode manipular o sangue de um caso suspeito?
    Não. Apenas um laboratório no Pará tem nível internacional de segurança 3 e, por isso, é o único credenciado pelo Ministério da Saúde para manipular e diagnosticar vírus ebola.
  • Como transportar pacientes suspeitos e/ou confirmados com ebola?
    Uma ambulância é previamente envelopada (seu interior é coberto por plástico para que não haja contato dos instrumentos com o paciente). Durante o transporte, tanto o paciente quanto a equipe médica e o motorista utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPI): macacão de tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros.
  • O paciente deve ser colocado na ambulância em maca-bolha?
    Não há essa indicação técnica, já que a doença não é transmitida pelo ar e os profissionais de saúde estão usando todos os EPIs indicados no protocolo.
  • O que é feito quando há confirmação de caso de ebola?
    Os pacientes devem ser mantidos isolados, em suporte intensivo, em hospitais de referência para tratamento de doenças infecciosas graves. Todo e qualquer profissional de saúde que tiver contato com o paciente deve estar usando EPI.
  • O ebola tem tratamento específico?
    Não. Em geral os médicos recorrem a medicamentos para aliviar os sintomas, mas a cura depende do organismo do paciente. Existem apenas remédios e vacinas experimentais sendo testados no Canadá e nos EUA. O Zmapp, publicado no meio científico desde 2012, foi usado em humanos pela 1ª vez no surto atual, já que a OMS só libera o uso de medicamentos de alto risco em situações extremas.
  • Existe risco de epidemia de ebola no Brasil?
    O risco é extremamente baixo. Mesmo que haja casos confirmados isolados, a adoção de protocolos de isolamento, monitoramento e bloqueio evita a ocorrência de surto.
  • Quais países têm mais casos de ebola?
    Guiné, Libéria e Serra Leoa vivem surtos de ebola, e há casos na Nigéria e no Congo. EUA, Espanha e Reino Unido levaram compatriotas infectados para tratamento em seus países.
  • Como pode ser feita a notificação de um caso suspeito?
    O Ministério da Saúde disponibilizou alguns canais para profissionais de saúde: o telefone 0800 644 6645 e o e-mail notifica@saude.gov.br. A população pode usar o número 136.
Fonte: Ministério da Saúde, Médicos Sem Fronteias e entrevista com o doutor em microbiologia Atila Iamarino

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