Topo

Ebola: Cruz Vermelha recolhe mais de 100 corpos por dia em Serra Leoa

Equipes de saúde carrega corpo de uma vítima de ebola no distrito de Waterloo na cidade de Freetown - Josephus Olu-Mamma/Reuters
Equipes de saúde carrega corpo de uma vítima de ebola no distrito de Waterloo na cidade de Freetown Imagem: Josephus Olu-Mamma/Reuters

22/10/2014 21h13

A Cruz Vermelha, que está tentando combater o ebola em Serra Leoa, afirmou nesta quarta-feira que a escala da epidemia é tão alarmante que funcionários da organização estão retirando mais de 100 corpos por dia.

O chefe das operações ligadas ao virus no país, Steve McAndrew, disse à BBC que a retirada dos corpos ocorre em todo o país, mas a maioria é na capital, Freetown.

"Diariamente, há de 75 a 100 corpos que precisam ser retirados em Freetown, e no restante do país são entre 20 e 50 corpos", disse.

"É um desafio absurdo porque esse trabalho precisa ser impecável. Você não pode cometer nenhum erro. Então, temos de ser extremamente disciplinados. Você não pode colocar a luva da maneira errada, você não pode ter uma rachadura, nem que seja minúscula, nos seus óculos de proteção. Qualquer deslize coloca nossas equips em risco."

Ao menos 4.877 pessoas morreram nesse surto de ebola, sendo que a maioria dos mortos eram da Guiné, da Libéria ou de Serra Leoa.

Médicos cubanos

Ainda nesta quarta-feira, o governo cubano enviou um segundo grupo de profissionais da saúde para o oeste da África para combater o ebola.

Segundo Havana, 83 médicos e enfermeiros vão trabalhar na Libéria e na Guiné. Dezenas de outros cubanos chegaram a Serra Leoa há algumas semanas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Cuba é agora o país que mais enviou profissionais de saúde ao oeste da África para lidar com a epidemia – mais que nações ricas e que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Em outro desdobramento, uma comissão de emergência da OMS está reunida pela terceira vez para discutir a epidemia.

O encontro, em Genebra, tem como objetivo analisar as medidas que vêm sendo tomadas nas fronteiras entre países afetados, bem como se devem ou não ser colocadas em práticas restrições de viagens para passageiros vindos dessas nações.

Críticos afirmam que a OMS foi lenta em sua reação para combater a doença.