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Ebola: ONU condena preconceito contra agentes de saúde que voltam da África

Arnd Wiegmann/Reuters
Imagem: Arnd Wiegmann/Reuters

31/10/2014 21h22

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ser "inaceitável" qualquer tipo de preconceito contra agentes de saúde que estão voltando para casa após trabalhar na África cuidando de pacientes com ebola.

A imposição de quarentena a médicos, enfermeiros e outros profissionais que voltam da África estão, segundo Ban, "minando os esforços para levar mais agentes de saúde aos países afetados."

Ele afirmou ainda que os esforços internacionais para lidar com a epidemia ainda são insuficientes, mas estão "melhorando".

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez um alerta, dizendo que a decisão de alguns Estados americanos de colocar os agentes de saúde em quarentena está tendo um "efeito devastador" no trabalho da ONG.


"Há uma crescente ansiedade e confusão por parte dos nossos funcionários em campo sobre se terão de cumprir essa determinação ao voltar do oeste da África", disse Sophie Delaunay, diretora-executiva do MSF.

O presidente dos EUA, Barack Obama, já havia dito nesta semana que medidas muitos restritivas podem minar o voluntariado no Oeste da África.

Passageiros vindos das áreas de risco já são vistoriados em cinco dos principais aeroportos do país. Após o caso em Nova York, alguns Estados chegaram a determinar a obrigatoriedade de quarentena para voluntários vindos dos países atingidos, medida que provocou polêmica.

A epidemia atual de ebola matou um número recorde de pessoas: mais de 5 mil, especialmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné.