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Ideias para mudar o mundo: jejuar uma vez por semana

11/03/2016 19h32

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 350 milhões de pessoas no mundo têm diabetes tipo 2 e esse número deve aumentar para meio bilhão nos próximos 20 anos. É uma doença que os médicos descrevem como "desencadeada por nós mesmos", por causa de fatores como vida sedentária, consumo excessivo de fast food e bebidas açucaradas.

A diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não consegue usar efetivamente a insulina que produz, o que leva a uma concentração maior de glicose no sangue.

O tipo 1 geralmente se desenvolve na infância e é caracterizado pela incapacidade de se produzir a quantidade de insulina necessária para controlar os níveis de açúcar no sangue. Mas cerca de 90% dos casos são do tipo 2, que é a forma de diabetes majoritariamente ligada à obesidade.

A diabetes tipo 2 pode, em casos extremos, levar pessoas à cegueira e forçar a amputação de membros.

A doença tem se tornado mais comum nos países em desenvolvimento. A China é reconhecidamente a "capital mundial da diabetes": tem 109 milhões de pessoas sofrendo com o problema - ou cerca de 10% da população.

A Índia, segundo o Atlas do Diabetes, compilado pela Federação Internacional do Diabetes, tem 69 milhões de pessoas com a doença, cerca de 9% da população. No Brasil, há 9 milhões de diabéticos, de acordo com os números oficiais de 2015.

Por conta do elo com a obesidade, médicos acreditam que mudar o estilo de vida e hábitos alimentares das pessoas pode ajudar a vencer a batalha contra a doença.

Ideias para mudar o mundo: jejuar

A BBC convidou artistas, escritores e cientistas para sugerirem, cada um, uma ideia simples e imediata que pudesse provocar mudanças no mundo.

Neste sexto vídeo da série Ideias para mudar o mundo, a geneticista Frances Ashcroft, da Universidade de Oxford, sugere que as pessoas jejuem uma vez por semana. Diante da "epidemia" global de diabetes tipo 2, jejuar poderia ajudar as pessoas a viverem mais e de maneira mais saudável.

Michael Mosley, médico e apresentador da BBC, testou essa ideia em um documentário chamado Coma, jejue e viva mais. Mosley experimentou comer por cinco dias e jejuar nos outros dois. O jejum significaria nesse caso consumir no máximo 500 calorias para uma mulher e 600 para um homem. Depois de cinco semanas, ele perdeu mais de 6 kg e seus níveis de colesterol e glicose no sangue melhoraram.

Mas o sistema de saúde pública do Reino Unido, NHS, ainda pontua que "não há muita certeza na comunidade científica sobre (possíveis benefícios) do jejum intermitente."