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Homem tem ossos do peito substituídos por prótese de titânio feita por uma impressora 3D

BBC
Imagem: BBC

07/02/2017 12h39

O britânico Edward Evan, que quase morreu por conta de uma infecção no osso esterno, protetor do coração e dos pulmões, hoje vive com uma prótese de titânio feita sob medida por uma impressora 3D.

O material foi desenvolvido em Melbourne, na Austrália; ele é forte e rígido, mas, ainda assim, leve e menos suscetível a infecções do que próteses tradicionais.

O drama de começou quando assistia a um jogo de rúgbi do filho, em um domingo, e sentiu uma forte dor no peito.

Ele foi diagnosticado com uma rara infecção no esterno. O caso era tão grave que os médicos precisaram remover grande parte do osso.

Tudo o que podiam fazer na época era cobrir o buraco com músculo, deixando seus pulmões e coração vulneráveis. Durante os sete anos em que viveu desse jeito, uma simples pancada no coração poderia matá-lo.

Evan teve que mudar o estilo de vida e deixar de lado muitas das coisas que gostava de fazer. "Naquela época, eu jogava futsal, ensinava meninos a jogar rúgbi de vez em quando... E tive que parar de fazer isso", conta Evan.

"Eu sentia falta disso, gostava de me manter ativo, em forma... Eu queria pedalar, queria caminhar... Na minha cabeça, existe uma forte relação entre ficar em forma e me sentir forte".
Mas agora sua vida voltou ao normal, graças à prótese enviada da Austrália ao Reino Unido, onde foi inserida, durante um procedimento cirúrgico pioneiro.

 Edward Evan - BBC - BBC
O britânico Edward Evan quase morreu por conta de uma infecção no osso esterno
Imagem: BBC
Evan foi o primeiro britânico a passar pela cirurgia - e o segundo no mundo. No Brasil, próteses de titânio já foram usadas em cirurgias como a de crânio.

A prótese de titânio é encaixada perfeitamente na caixa toráxica do paciente. Os cirurgiões só têm que fixá-la com parafusos.

Eles não precisam usar cimento ósseo, material que fixa a prótese dentro do osso em cirurgias tradicionais.

Segundo o cirurgião toráxico Ehab Bis, responsável pelo procedimento no Reino Unido, antes era preciso moldar com as mãos o cimento cirúrgico, o que aumentava o risco de infecções.
Onze semanas depois da cirurgia, Evan contou ao programa Trust Me I´m a doctor, da BBC, que se sentia confortável. "Me sinto hoje como eu sentia quando meu peito era normal".

A impressão 3D oferece boas perspectivas à criação de implantes cirúrgicos de maior tamanho e complexidade