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Imagens em 3D mostram com alta precisão como o câncer avança no corpo de um camundongo

19/07/2017 14h59

A forma como cada célula cancerígena se espalha pelo corpo agora pode ser acompanhada graças a uma técnica desenvolvida por pesquisadores no Japão.

Cientistas da Universidade de Tóquio e do Centro de Biologia Quantitativa Riken injetaram em um camundongo um tecido cancerígeno, modificado para ter uma aparência fluorescente.

Em seguida, eles deixaram a doença avançar até usar substâncias químicas que fizeram o corpo e os órgãos internos do rato parecerem transparentes.

Assim, conseguiram acompanhar, escanear e detectar com clareza a localização do tecido canceroso, como mostra o vídeo acima.

Os tecidos normais aparecem em verde, enquanto o câncer aparece em pontos cor-de-rosa.

Os cientistas dizem que essa tecnologia pode ajudar a explicar como a doença se espalha.

A propagação do câncer no corpo é um processo crítico chamado de metástase. O tumor evolui e partes dele se separam, viajam pela corrente sanguínea e invadem novos tecidos.

É mais fácil conter e curar o câncer antes desse processo.

Até agora, a pesquisa foi feita com camundongos, mas mostras de tecido humano já começaram a ser utilizadas.

Os especialistas esperam que um conhecimento mais aprofundado sobre como a metástase acontece possa abrir portas para novos tratamentos.

Tecnologia 3D contra o câncer

O estudo, publicado na revista científica Cell Reports, descreve como o câncer cresce nos pulmões, intestinos e fígado do camundongo antes de se espalhar pelo corpo inteiro.

“As imagens revelam colônias cancerosas com detalhe suficiente para calcular seus formatos, volumes e distribuições – características cruciais para diferenciar os padrões de metástase”, explica Hiroki Ueda, um dos pesquisadores.

“Agora estamos aplicando essa tecnologia a amostras clínicas humanas”, disse à BBC. “Espero que essas imagens em 3D de amostras humanas facilitem o diagnóstico e o tornem mais preciso no futuro próximo.”

Além disso, acredita-se que a técnica poderia ser aplicada a outras áreas de estudo, como por exemplo o padrão de comportamento das células de pacientes com doenças autoimunes.