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Novo tratamento genético leva esperança aos doentes de Parkinson

De Londres

10/01/2014 10h31

Um novo tratamento genético permite "melhoras no controle de movimento" para os doentes de Parkinson, um transtorno neurodegenerativo que afeta mais de seis milhões de pessoas no mundo, publicou nesta sexta-feira a revista britânica "The Lancet".

Um grupo de pesquisadores franceses, liderado por Stéphane Palfi, professor do Hospital Universitário Henri-Mondon de Créteil (França), realizaram o novo tratamento em 15 pacientes com a doença de Parkinson em nível avançado, com idades entre 48 e 65 anos que não respondiam aos tratamentos convencionais.

O tratamento genético, chamado "ProSavin", utiliza um vírus inativo que leva genes corretivos diretamente à camada do cérebro que controla o movimento e é projetada para transformar as células do sistema nervoso em fábricas de dopamina.

Os doentes de Parkinson sofrem uma perda desse neurotransmissor, o que gera tremores, lentidão nos movimentos e rigidez muscular, entre outros sintomas.

Após testar durante um ano nos 15 pacientes selecionados, os cientistas comprovaram que o novo tratamento é "seguro, eficaz e tolerável".

Para medir sua eficácia, empregaram um sistema padrão que avalia algumas funções motoras como a fala, os tremores, a rigidez, o movimento dos dedos, a postura, a forma de andar e a lentidão, e observaram grandes melhoras após seis meses.

O "ProSavin" é seguro e foi bem tolerado pelos pacientes em estado avançado de Parkinson. "As melhoras no controle dos movimentos foram observadas em todos eles", afirmou Palfi. No entanto, o pesquisador ressaltou que os resultados são limitados, apesar de serem promissórios, e devem "ser interpretados com precaução".

O mal de Parkinson é um transtorno neurológico degenerativo e lentamente progressivo que afeta as zonas do sistema nervoso central responsáveis por controlar as atividades motoras. Seus sintomas mais conhecidos são os tremores, a rigidez muscular, a lentidão e as alterações posturais, entre outros.