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Cientistas brasileiros identificam genes suscetíveis à artrite

Do Rio de Janeiro

14/04/2014 14h27

Um grupo de pesquisadores brasileiros identificou em experimentos com ratos de laboratório um conjunto de genes que fazem com que seu portador seja suscetível ao desenvolvimento de artrite reumatoide, informaram nesta segunda-feira (14) fontes oficiais.

A descoberta, caso se confirme também em humanos, permite pensar no desenvolvimento de provas genéticas para prever a doença e de novos tratamentos, segundo a Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), entidade que financiou o projeto.

Os genes vinculados à artrite reumatoide, uma doença inflamatória crônica e auto-imune que afeta principalmente as articulações, foram identificados por cientistas do Instituto Butantan, um centro científico vinculado ao Governo do estado de São Paulo.

"A identificação de genes suscetíveis oferece várias opções de ação. Podemos tentar regular seu funcionamento com remédios ou por meio de técnicas de genética molecular para tentar reduzir a severidade da artrites", explicou Marcelo De Franco, pesquisador do Instituto Butantan e coordenador do projeto.

"Os genes também podem servir como marcadores genéticos para prever a doença e orientar o tratamento", acrescentou o pesquisador em declarações citadas em comunicado da Fapesp.

Os resultados da pesquisa foram destacados na última edição da revista científica internacional "PLoS One".

Segundo os pesquisadores, nos ratos que possuem os genes identificados, ou seja geneticamente predispostos a desenvolver artrite, o próprio sistema imunológico ataca as membranas sinoviais, que protegem as articulações.

"Ninguém sabe exatamente como se desenvolve o processo da artrite, mas sabemos que há pessoas mais suscetíveis. O que tentamos descobrir com o modelo experimental em ratos foram os fatores genéticos que conferem essa predisposição", segundo De Franco.

O pesquisador explicou que, apesar de humanos e ratos têm números de cromossomos diferentes, a ciência já conhece as regiões cromossômicas de cada espécie em que é possível fazer um paralelo.

"O próximo passo é investigar melhor a interação entre esses genes; descobrir exatamente como eles regulam a resposta inflamatória e começar a validar os descobrimentos em modelos humanos", acrescentou.