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Ministro da Saúde admite falta de vários remédios na Venezuela

Em Caracas

18/08/2014 16h42

O ministro venezuelano de Saúde, Francisco Armada, admitiu nesta segunda-feira (18) que faltam alguns remédios e há problemas na provisão, mas assegurou que estes serão resolvidos em um "curtíssimo prazo" após a aprovação de mais divisas para o setor.

"Há um grupo de remédios que realmente não existe (...)", declarou em entrevista na emissora "VTV".

No entanto, o ministro negou que a oferta de remédios afete especialmente pessoas com o vírus da aids, como sustentaram alguns meios de comunicação.

Os remédios antirretrovirais "existem em sua totalidade nas farmácias que os distribuem e, além disso, são completamente gratuitos", ressaltou.

No caso dos remédios para os diabéticos e hipertensos, indicou, "é possível que algum de uma determinada marca comercial não exista", mas há oferta de outros com o mesmo princípio ativo.

O governamental Cencoex (Centro de Comércio Exterior), órgão que administra o controle estatal de câmbio, reportou hoje mesmo que autorizou dotações por US$ 1,4 bilhão a 174 empresas associadas às câmaras que aglutinam os grêmios médicos e farmacêuticos do país.

O ministro indicou que trabalha para que este problema seja resolvido e na aprovação de divisas que permitirá recuperar a normalidade.

"Isto deve permitir em um curtíssimo prazo a provisão habitual que temos nestes setores", indicou, afirmando que também se trabalha na luta contra o contrabando de remédios.

Na Venezuela existe um controle de câmbio que deixa em mãos do Estado o monopólio das divisas, que são entregues para alguns setores, entre eles, para a aquisição de remédios por parte dos laboratórios farmacêuticos e importadores do setor.

O presidente da FFV (Federação Farmacêutica Venezuelana), Freddy Ceballos, denunciou em meados de maio que a dívida do governo venezuelano por divisas não liquidadas a esse setor ronda os US$ 4 bilhões e que os problemas de provisões de fármacos "ultrapassam" 50% da rede privada.

O atraso na liquidação de divisas a diferentes setores fez com que a escassez e o desabastecimento tenha piorado neste ano, o que afetou o desempenho da economia, da qual o governo não deu ainda um dado oficial em 2014.