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Estudo aponta que dengue na Índia é 282 vezes maior que o reportado

Em Nova Délhi

08/10/2014 15h14

O número de casos de dengue na Índia é 282 vezes superior aos números oficiais, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (7), que eleva a incidência anual da doença a seis milhões de infectados, frente aos 20 mil reportados pelo governo.

O relatório divulgado pela Sociedade Americana de Medicina Tropical (AJTMH) adverte sobre a falta de dados confiáveis sobre a incidência da dengue no país asiático devido à "brecha" existente entre a informação a respeito dos casos e aquela que é finalmente reportada.

O levantamento foi dirigido por pesquisadores da Universidade de Brandeis (Massachusetts), da Rede Internacional de Epidemiologia Clínica (INCLEN) de Nova Délhi e do centro de pesquisa médica CRME.

Especialistas calculam que a Índia é o país com mais casos de dengue do mundo. Cerca de cem países são afetados pela doença.

A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e seus sintomas incluem febre alta, dores nas articulações e vômitos.

O estudo alerta para um aumento nos surtos registrados na Índia na últimas décadas, assim como na frequência em que ocorrem. Com a exceção de uma ligeira queda em 2011, o índice de incidência não deixou de crescer nos últimos anos.

As abundantes chuvas da atual época são propícias para a proliferação da dengue, já que a água parada serve como cultivo para a reprodução dos mosquitos portadores da doença.

Com as fortes chuvas registradas em 2013 na Índia - as maiores em duas décadas -, os números oficiais dispararam para acima dos 55 mil infectados, mais que o dobro da média anual.

O custo total relacionado à doença na Índia chega a US$ 1,1 bilhão anual e praticamente metade corresponde a despesas médicas, de acordo com o relatório.

Da mesma forma que ocorre com a dengue, muitos casos de malária ficaram fora da apuração oficial, enquanto o número de mortes é 13 vezes superior ao reportado pelo governo, segundo um estudo divulgado há poucos anos na revista médica The Lancet.