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Custo de remédio importado representa 72% dos gastos

De Brasília

09/05/2007 10h15

Das 19 drogas usadas no "coquetel" de medicamentos destinados a pacientes com aids no Brasil, nove são produzidas por laboratórios nacionais. Apesar do aparente equilíbrio, as dez drogas importadas representam 72% dos gastos para aquisição de medicamentos para o programa, cujo orçamento este ano será de R$ 960 milhões. A desproporção é fruto principalmente do fato de as drogas produzidas no Brasil serem mais antigas e cópias de remédios desenvolvidos por outros países.

O programa brasileiro de prevenção e controle da aids é considerado modelo no mundo, entre outros motivos por conseguir atender um alto porcentual de pacientes com medicamentos gratuitos. Na última semana, o governo decretou a licença compulsória do Efavirenz, um dos remédios que compõem o "coquetel". "Esperamos que haja uma otimização dos laboratórios nacionais com a licença compulsória para que possamos encontrar a rota sintética de outros fármacos", disse a ex-diretora de Farmanguinhos Eloan dos Santos Pinheiro. "O pontapé para a retomada da política industrial de fármacos no País", completou.

Eloan, que também trabalhou na Organização Mundial da Saúde (OMS), há tempos afirma que o Brasil precisa melhorar de forma significativa a produção de medicamentos, incorporar novas tecnologias e, assim, reduzir a dependência de fornecimento de medicamentos de empresas internacionais. "A expectativa é que várias políticas de incentivo, o Profarmaco, do BNDES, e financiamentos da Finep sejam de fato implementadas", disse. "Sem falar da Lei de Inovação, as parcerias com instituições de pesquisa", completa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE

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