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Samu-SP aplica R$ 35 milhões no mercado financeiro

29/05/2007 10h35

São Paulo - O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em São Paulo tem um saldo de aproximadamente R$ 35 milhões aplicados no mercado financeiro. Mas faltam médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, motoristas, técnicos administrativos. Faltam também ambulâncias, bases operacionais, rádios de comunicação, pontos de abastecimento de combustível.

Os recursos vieram do Ministério da Saúde e, desde 2005, estão praticamente intocados. Dos R$ 13,7 milhões repassados naquele ano, R$ 1,5 milhão foi revertido efetivamente para o Samu. O restante, a Prefeitura aplicou e rendeu R$ 1,2 milhão. Em 2006, a história se repetiu. O repasse do governo federal foi de R$ 20 milhões. Só que, dessa vez , os gastos foram inferiores ao rendimento da aplicação. No ano, foram usados R$ 3,2 milhões, enquanto o dinheiro rendeu R$ 3,3 milhões. O ano acabou com R$ 33,7 milhões nos cofres do Município.

O repasse mensal da União, de R$ 1,5 milhão, é para custeio (manutenção e contratação de terceirizados). Não pode ser usado na folha de pagamento. O restante deve vir dos governos municipal e estadual. Em São Paulo, a Prefeitura contribui com R$ 2,7 milhões por mês, para gastos com pessoal. O governo estadual acertou com o município que não repassaria recursos porque mantém parceria com o Corpo de Bombeiros.

A aplicação de recursos públicos no mercado financeiro não é ilegal. A legislação obriga que o dinheiro parado seja investido para não desvalorizar. "O poder público não foi constituído para gerar receita financeira. A aplicação nada mais é do que uma forma de proteger o patrimônio", explicou o especialista em orçamento e finanças públicas, Paulo Brasil. O que ele questiona é se o Samu atende plenamente à população a ponto de se dar ao luxo de guardar a maior parte dos recursos.

O Samu opera hoje com 1.679 funcionários. Para garantir o atendimento mínimo necessário, é preciso contratar mais 908. O tempo médio entre o momento em que o resgate é acionado e a chegada da ambulância no local é de 30 minutos - três vezes mais do que o ideal. As informações são do Jornal da Tarde

AE

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