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Brasil lança novo satélite para monitorar Amazônia em setembro

Da Agência Estado

02/09/2007 23h46

O novo satélite brasileiro CBERS-2B, desenvolvido em parceria com a China, será lançado entre os dias 19 e 21. As datas foram confirmadas durante o fim de semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast), responsáveis pelo projeto. A missão é crucial para a continuidade do monitoramento da Amazônia, já que os dois principais satélites utilizados hoje no programa (Landsat-5 e CBERS-2) podem parar de funcionar a qualquer momento.

O lançamento será feito da base chinesa de Taiyuan, na província de Shanxi, ao sul de Beijing, com um foguete do tipo Longa Marcha. O CBERS-2B (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, em inglês) foi montado nos laboratórios do Inpe, em São José dos Campos, e seguiu de avião para a China em abril.

Nas próximas três semanas, passará pelos testes finais e receberá combustível para, pelo menos, dois anos de serviço no espaço. Equipado com três câmeras para observação nas faixas do espectro visível e infravermelho próximo, o CBERS-2B ficará em órbita a 778 quilômetros de altitude.

Madeira

O lançamento do CBERS-2B também será importante para um novo programa de monitoramento da Amazônia que o governo federal espera implementar a partir de 2008. O sistema utilizará imagens do satélite para detectar e fiscalizar o corte seletivo de madeira, no qual apenas as árvores de maior valor comercial são removidas, sem destruição da cobertura florestal - o que dificulta a observação via satélite.

O sistema de Detecção de Exploração Florestal Seletiva (Detex), como foi batizado, será um dos mecanismos de monitoramento do programa de concessão de florestas públicas federais, que terá sua primeira licitação em outubro. Cerca de 1 milhão de hectares serão abertos para exploração pela iniciativa privada.

Uma nova metodologia desenvolvida pelo Inpe permite detectar os "pequenos" pátios (de até 50 metros) que são abertos para processamento das toras, e até a rarefação da copa da floresta. Com isso, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) espera monitorar a exploração legal dentro das áreas de concessão, assim como a exploração ilegal em outras áreas de floresta pública - principalmente no entorno das concessões.