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Fiocruz aponta 90 mil casos de intoxicações no País em 2005

18/09/2007 09h49

São Paulo - O Brasil bateu seu recorde de intoxicações em 2005. É consenso que os casos são subnotificados, mas mesmo assim só os confirmados quase chegam a 90 mil, ante pouco mais de 81 mil no ano anterior. No topo da lista dos agentes causadores de intoxicações e envenenamentos estão os animais peçonhentos - escorpiões, serpentes e aranhas -, com 23.647casos. Mas os acidentes relacionados com medicamentos preocupam. Em 2005, foram 21.926 ocorrências notificadas, 5.842 apenas com crianças menores de 5 anos. Os dados são do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fiocruz.

Segundo o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, muitos casos atendidos nos prontos-socorros brasileiros nem chegam a fazer parte dessa estatística. "Esses são apenas os casos que chegam na ponta do sistema. E o que não chega?", questiona.

A coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, explica que, mesmo com o alto número de intoxicações, os dados de fato não refletem a realidade. "Eles estão subestimados em no mínimo dez mil casos", estima.

O motivo: os números dos serviços de toxicologia, como o Centro de Controle de Intoxicações (CCI) do Jabaquara, em São Paulo, não foram computados pelo Sinitox. O levantamento foi fechado antes que o centro conseguisse finalizar seus dados de 2005.

Por telefone, o CCI - localizado no Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya - auxilia profissionais de serviços de saúde que recebem vítimas de intoxicação. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que os dados não foram enviados porque não estavam revisados na época em que foram recolhidos pelo Sinitox. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

AE