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Quatro em 10 paulistas têm intoxicação por mau uso de remédio

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

20/09/2007 11h08

Os remédios podem virar doenças. Doenças graves que, em alguns casos, acabam até em morte. Ao recorrer a um comprimido ou xarope sem orientação médica, o que era uma forma de sanar o problema pode se tornar um 'passaporte' para complicações de saúde. Segundo os dados do Centro de Vigilância Sanitária Estadual (CVS), de cada dez casos de intoxicação registrados em São Paulo, quatro resultam do mau uso dos medicamentos - o principal responsável pelos 128.769 mil atendimentos prestados pelos 11 Centros de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Estado.

Durante 10 anos, foram avaliados os principais fatores que resultaram em intoxicação. Os medicamentos sempre estiveram no topo do ranking, somando 49.743 ocorrências no período, uma média de 13 casos por dia no Estado. Segundo os especialistas, as explicações para os remédios se manterem na liderança das intoxicações são a venda indiscriminada desses produtos nas farmácias e a automedicação.

"Identificamos que as substâncias que mais aparecem nos casos de intoxicação são ingredientes de remédios controlados, que deveriam ser vendidos só com prescrição médica", diz Eliane Gandolfi, responsável pelo Núcleo de Toxicovigilância do CVS. "Outro fator é que nas propagandas, na TV, nas novelas, os remédios só aparecem associados à idéia de cura. As pessoas não imaginam que eles também podem fazer mal."

Pelo estudo do CVS, os medicamentos superaram os agrotóxicos e os produtos de limpeza, que somaram 17,1% e 15,5% do total de casos de intoxicação, respectivamente. Apesar da 'pressa' dos adultos e da compra indiscriminada nas farmácias, as principais vítimas dos malefícios dos remédios são crianças menores de 5 anos, que representam 59% dos casos, seguidas pela faixa etária entre 10 e 21 anos, com 17%. As informações são do Jornal da Tarde

AE