Topo

Nova prótese de mão movimenta todos os dedos

30/10/2007 10h50

São Paulo - Uma mão biônica, que permite a articulação individual dos cinco dedos por meio de comandos cerebrais, é o mais novo objeto de pesquisas e testes do mercado de próteses. As 'mãos' utilizadas até agora articulam apenas os dedos indicador e polegar, num movimento semelhante ao da pinça. Lançado em setembro, no Congresso Mundial de Ortopedia, nos Estados Unidos, pela Touch Bionics, o equipamento também já está sendo desenvolvido no Brasil, pela Ortopedia Conforpés, de Sorocaba.

"Somos os primeiros a ter essa mão na América Latina", avisa Nelson Nolé, diretor da empresa, que levou a versão brasileira no congresso da Associação Brasileira de Ortopedia Técnica, em Fortaleza. O projeto, desenvolvido com universidades, deve resultar no lançamento do produto em 3 ou 4 anos, segundo Nolé. A mão biônica importada custa, instalada, cerca de R$ 150 mil. "Nossa meta é oferecer no Brasil por 10% a 20% desse valor", diz.

A mão funciona com um software instalado no equipamento. Duas placas de eletrodos fixados nos músculos do antebraço detectam os sinais enviados pelo cérebro e transmitem o comando para o sistema de articulação dos dedos.

O funcionário público Celso Mascarenhas, de 38 anos, que teve a mão direita amputada, em 1989, após acidente com um rojão, foi o primeiro a usar o novo equipamento. Desde o acidente, ele utiliza a prótese convencional. Com ela, pôde continuar pintando quadros e manteve seu emprego no almoxarifado da prefeitura. Aprendeu a escrever, usar o teclado do computador e a pegar os talheres, sempre com polegar e indicador. Depois de usar a mão biônica, Mascarenhas sabe que a mão mecânica que o acompanha há 18 anos já faz parte do passado. "Com essa mão (biônica), posso até tocar piano", disse, deslumbrado. Ele escreveu, pegou copos, tomou café, segurou até um ovo usando os cinco dedos artificiais. E acariciou o rosto da filha.

No Brasil, segundo Nolé, o número de pessoas que necessitam de próteses chega a 18 milhões. Pelo menos 30% dos casos são de membros inferiores e superiores. As informações são do Jornal da Tarde

AE