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Tombos são a sexta causa de morte entre idosos no país

Adriana Bifulco<br>De São Paulo

07/07/2008 11h00

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9% da população brasileira tem mais de 60 anos. E as quedas são a sexta causa de morte em idosos, sendo que de 30% dos que têm entre 65 e 75 anos e 50% dos que têm mais de 80 anos levam tombos todos os anos. Fraturas de fêmur e traumatismo crânio-encefálico estão entre as conseqüências mais comuns desses acidentes que, muitas vezes, poderiam ser evitados com algumas medidas preventivas.

"A maioria das quedas acontece em casa. São provocadas por falta de iluminação, bordas de tapetes que ficam levantadas e efeito colateral de medicamentos para pressão, ansiolíticos e antidepressivos", diz José Carlos Vilela, especialista em geriatria e gerontologia do Hospital São Camilo Santana e da Clínica Vilela, na capital paulista. "A alteração no equilíbrio e na massa muscular e o uso de álcool também contribuem para os acidentes", complementa Paula Villela Corrêa, médica geriatra e cardiologista do Hospital Pro Cardíaco e do Espaço Stella Torreão, ambos na capital fluminense.

De acordo com José Carlos, é preciso colocar uma luz sentinela, que deve ficar acesa durante a noite, para que o idoso não caia no escuro, eliminar mesas de centro, instalar corrimões em escadas, banheiros e corredores e calçar os vovôs com sapatos que tenham solado de borracha. O especialista orienta ainda que as pessoas comecem a ir ao geriatra a partir dos 40 anos, além de manter bons hábitos, como alimentação balanceada, não fumar e praticar exercícios físicos. Atividades intelectuais também ajudam a aumentar as sinapses do cérebro. "É bom ler, escrever, assistir a filmes e até mesmo às novelas e depois contá-los para alguém", afirma José Carlos.

Cuidados

Para evitar quedas também é aconselhável colocar uma campainha ao lado da cama do idoso, para que ele possa chamar alguém quando precisar de ajuda ou ir ao banheiro no meio da noite. "As conseqüências mais comuns das quedas são as fraturas de fêmur e traumatismo crânio-encefálico", enfatiza José Carlos. De acordo com ele, já existe uma espécie de colar com chip no qual podem ser armazenados números de telefone de familiares e amigos que podem ser acessados caso ele esteja sozinho e necessite de socorro.

Para ajudar os vovôs nessa fase tão delicada de suas vidas, já existem programas de prevenção de queda, como na Clínica Stella Torreão. "Lá o idoso faz uma avaliação inicial para tentarmos identificar se ele tem alto, médio ou baixo risco de queda. Testes de equilíbrio e marcha fazem parte dos exames", diz Paula Villela Corrêa. Segundo a médica, também são realizados testes de esforço, eletrocardiograma e avaliações da parte cognitiva.