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Casos de rubéola aumentam 151% no Estado de São Paulo

17/07/2008 15h22

São Paulo - Em um ano, os casos de rubéola aumentaram 21 vezes na capital paulista. Os 45 registros em 2006 saltaram para 966 ano passado. No Estado de São Paulo, o crescimento também foi expressivo no mesmo período, saindo de 66 notificações para 1.659, um acréscimo de 151%. A explosão do contágio é marcada pelo predomínio dos homens nas estatísticas.

Tanto no Estado como no município, a população masculina corresponde à maioria das vítimas da rubéola. Entre os paulistas, o índice de infectados ficou em 68% do total de casos em 2007. Já na cidade, a parcela de homens que adoeceu foi de 66, 7%. A explicação é que, historicamente, o foco de vacinação, a principal arma contra o vírus da doença, sempre foi as mulheres.

Priorizar a parcela feminina foi uma opção do Ministério da Saúde porque a doença é mais grave nas grávidas. "No geral, a rubéola é simples, só provoca febre e manchas vermelhas, nenhum outro sintoma sério", explica o secretário da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvêncio Furtado. "Mas durante a gravidez, o vírus pode provocar a síndrome da rubéola congênita no feto. O bebê nasce com sérias complicações, sendo a principal a surdez."

Por isso, no início do ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o desafio: estabeleceu a meta para o Brasil erradicar a rubéola até o ano 2010. Para alcançar o objetivo, os governos federal, estadual e municipal estipularam o dia 12 de setembro como crucial. Na data, será realizada uma grande campanha de vacinação contra a doença. E a proposta é atrair os homens, em especial, para os postos de saúde.

Consultas

De um lado, 16,8 milhões de mulheres do País foram ao ginecologista em 2007. Em contrapartida, os urologistas foram visitados por apenas 2,3 milhões de homens. O Ministério da Saúde encomendou pesquisa para entender por que eles não vão ao médico. O levantamento com 250 especialistas mostrou que os pacientes masculinos enfrentam barreiras culturais, institucionais e médicas.

"Em geral, eles não querem deixar o horário de expediente para ir ao consultório", disse o coordenador nacional da Área Técnica da Saúde do Homem, Ricardo Cavalcanti. Para evitar a desculpa "não tenho tempo", a Secretaria Municipal de Saúde elaborou estratégia para a vacinação da rubéola. "Vamos levar os postos de vacinação para as universidades e as empresas Eles podem receber as doses em horário de serviço", disse a coordenadora municipal, Sônia Ramos.

Fernanda Aranda

Fernanda Aranda