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Especialistas em SP pesquisam 23 novos medicamentos para câncer

13/08/2008 08h30

São Paulo - Hospitais de São Paulo que tratam pacientes com câncer estão desenvolvendo atualmente pesquisas sobre pelo menos 23 novas medicações contra tumores malignos. O maior número de ensaios clínicos está concentrado no Instituto Estadual do Câncer Octavio Frias de Oliveira, onde estão sendo conduzidas 19 pesquisas sobre drogas ainda inéditas, para diferentes tipos de câncer.

"Nossa atuação é em três vertentes", afirma o oncologista Paulo Hoff, diretor clínico do Instituto. "Estamos focados em achar alternativas à quimioterapia tradicional, aprimorar tratamentos já existentes e também melhorar a qualidade de vida do doente, diminuindo a incidência de efeitos colaterais."

A equipe de pesquisadores do instituto, formada por 15 especialistas, está monitorando cem pacientes para avaliar o êxito dos novos medicamentos. "Eles são selecionados, especialmente, quando o tratamento clássico não faz mais efeito", diz a coordenadora da área, Dálete Mota. "A maioria dos nossos estudos é voltada ao câncer de mama, mas as principais neoplasias estão contempladas", completa Roberto Arai, gerente de projetos.

Patrocinados por multinacionais farmacêuticas, cada um dos estudos tem custo mínimo estimado em US$ 500 milhões. O tempo médio para o produto sair do laboratório e chegar ao mercado é de pelo menos dez anos, respeitando as três etapas necessárias de avaliação científica. São feitos ensaios clínicos com animais; depois, testes em humanos. Após testar os efeitos da nova medicação, ainda é avaliada sua eficácia e comparada aos já existentes.

Parcerias

A idéia de aumentar o leque de opções de novas medicações também é seguida pelo Hospital Oswaldo Cruz. Em parceira com o Instituto Ludwig, entidade internacional que atua há 30 anos na criação de terapias contra o câncer, está sendo testado um novo princípio contra câncer em ovários. "A maior abertura dos hospitais brasileiros à pesquisa vai permitir, no futuro, oferecer tratamentos mais efetivos", avalia a pesquisadora do Ludwig, Ana Maria Camargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE