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Atendimentos de emergência em São Paulo caem 14,8% com Lei Seca

21/08/2008 09h55

São Paulo - A queda no número de acidentes com mortos e feridos, por causa da Lei Seca, se reflete na diminuição dos atendimentos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Depois que a nova legislação entrou em vigor, as operações caíram 14,86% - de 11.918 nos 30 dias antes da vigência da lei para 10.146 nos 30 dias posteriores. Apesar dessa melhora, o número de acidentes sem vítimas, de acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, aumentou e inflou a estatística referente ao total de acidentes. Entre junho e agosto deste ano, nos primeiros 60 dias da lei seca, os acidentes aumentaram 4,3% - de 20.446, em 2007, para 21.327, neste ano.

Na avaliação dos policiais, a razão principal para o crescimento é o excesso de velocidade nas estradas. Nos últimos 60 dias, a polícia rodoviária aplicaram 125 mil multas a motoristas que ultrapassaram o limite de velocidade. Esses acidentes, assim como as batidas com mortos e feridos, também resultam em despesas para o governo e, obviamente, para os motoristas. Cada batida sem vítimas custa R$ 19 mil, conforme cálculo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os gastos incluem a remoção dos veículos, deslocamento de policiais e danos materiais aos automóveis envolvidos.

As maiores reduções de atendimentos do Samu foram registradas pelo Ministério da Saúde em seis capitais: Campo Grande (MS), Belém (PA), Manaus (AM), Macapá (AP), Salvador (BA) e São Luís (MA). Em São Paulo, houve queda de 14,26% nessas operações. No Rio, a redução foi de 10,85%.

Com a redução nos atendimentos, o Samu pode dedicar-se a outros atendimentos. Em Brasília, por exemplo, 45% dos resgates são para atendimento a ocorrências de trauma, das quais 60% estão relacionadas a acidentes de trânsito. "Com a queda dos atendimentos às vítimas de trânsito, o Samu pode atender de maneira mais adequada as pessoas que têm problema em casa. As equipes dos hospitais de urgência e de emergência podem se dedicar de maneira mais tranqüila, com mais qualidade, aos pacientes. As pessoas que esperam por uma cirurgia eletiva têm o tempo de espera encurtado, ou seja, os benefícios são múltiplos", afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

AE