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Fumar também causa problemas auditivos, indica Unifesp

18/09/2008 08h22

São Paulo - Enfarte, pressão alta, colesterol, câncer, derrame... A já extensa lista de doenças atribuídas ao cigarro aumentou após pesquisa recém concluída na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em análise comparativas, foi identificado que os problemas de audição são quatro vezes mais freqüentes em quem fuma do que nos não fumantes.

Participaram da pesquisa 144 pessoas - 72 fumantes e 72 não fumantes. Para comparar o déficit auditivo entre os dois grupos, a fonoaudióloga Carolina Pamplona Paschoal escolheu o zumbido como um dos parâmetros, considerado pelos especialistas o primeiro sinal de uma provável lesão no ouvido. Enquanto que 40,3% dos que adotaram o cigarro como companheiro se queixaram da "trilha sonora", na parcela que não é adepta do vício o porcentual cai para 11%.

Os exames de audiometria também detectaram prejuízos aos fumantes. Em 13,9% dos usuários foi detectada uma disfunção na parte interna acústica. Já nos que não fumam, o índice foi de 2,8%. "Ficou comprovado que o cigarro também aumenta o risco de problemas de audição", afirmou Carolina.

A causa do problema é a mesma das outras doenças atribuídas ao fumo. As substâncias químicas presentes no cigarro dificultam a oxigenação no organismo, o que potencializa as ocorrências de panes no coração, AVC (conhecido como derrame) e hipertensão. É também a falta de oxigênio no ouvido que influencia nas falhas de audição.

A nova pesquisa traz à tona um dos prejuízos não tão facilmente associados ao tabagismo, como exemplo a surdez, que fica fora dos dados oficiais. Por exemplo: por hora, o governo estadual gasta R$ 15 mil no tratamento de casos de câncer relacionados diretamente ao cigarro. E os números de tumores malignos não são nada desprezíveis. Segundo as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas este ano, a capital deve fechar com 44 mil casos novos. As informações são do Jornal da Tarde.

AE