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Estudiosos descobrem que água com açúcar e colo têm poder analgésico

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

27/02/2009 10h00

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acabam de descobrir a fórmula de um poderoso analgésico, capaz de reduzir em até 50% as dores em recém-nascidos: o colo da mãe misturado à água com açúcar. A sabedoria popular foi comprovada cientificamente pelo Departamento de Pediatria da entidade, que analisou 640 bebês, pouco antes de tomarem a dolorosa vacina contra hepatite B - forma mais eficaz de proteger contra a doença.

Todos os participantes eram saudáveis e foram divididos em quatro grupos. Uma turma recebeu só água com açúcar antes da injeção. Outra o colo da mãe. Na terceira foi aplicado o combinado entre as duas (colo e água) e a quarta não recebeu nenhuma das fórmulas. "Já existiam alguns trabalhos sugerindo que o contato pele a pele (entre mãe e filho) tinha efeito analgésico, mas nenhum com uma amostra tão significativa", afirma Ruth Guinsburg, orientadora do estudo, que foi conduzido em parceria com a pediatra Aurimery Gomes Chermont, professora na Universidade Federal do Pará.

Arquivo Folha Imagem
Apenas o contato com a pele da mãe já diminui a dor do bebê em 30%
UOL GRAVIDEZ E BEBÊS
"Outra proposta nossa foi comprovar a eficácia da solução glicosada (água com açúcar). Concluímos que isoladas, as duas práticas diminuem em 30% a ocorrência da dor. Aplicadas juntas, os episódios dolorosos são reduzidos pela metade." Encontrar um analgésico eficaz e de baixo custo é uma necessidade, especialmente para as maternidades, locais onde poucas pessoas lembram que os pequenos pacientes precisam enfrentar passagens doloridas.

Estimam os pediatras especializados em neonatologia que apenas nos primeiros momentos após o nascimento, as crianças enfrentam 100 episódios dolorosos, mas necessários para a saúde, como o teste do pezinho, a aplicação de injeção de vitamina K e coleta de material para exame. Em bebês prematuros internados em UTI são estimados 500 procedimentos que estimulam a dor. As informações são do Jornal da Tarde.