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Especialistas contestam eficácia de máscara em conter gripe suína

29/04/2009 13h52

Uma das imagens mais comuns em meio ao surto de gripe suína é a de pessoas no México andando pelas ruas usando máscaras. E à medida que a doença se espalha de país para país, surgem relatos de que as pessoas estão comprando todo tipo de produto pela internet.

Mas se por um lado o frenesi é compreensível, especialistas se demonstram céticos sobre o quão úteis as máscaras são.

O professor John Oxford, um virologista de um destacado hospital de Londres, o Barts and the London, afirma: "Na realidade, há muito poucas provas de que as máscaras dão proteção real contra a gripe. Eu acho que dá-las ao público como aconteceu no México apenas destrói a confiança". Trabalhadores do setor de saúde Foram questões como essa que levaram autoridades de grupos como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agência Inglesa de Proteção da Saúde a evitar pedir que o público use máscaras. Enquanto o méxico entregou máscaras à população, a maioria dos outros países, incluindo o Reino Unido, está reservando-as para trabalhadores do setor de saúde. Outros, como a Bélgica, compraram algumas para pessoas contaminadas com gripe, enquanto outros, incluindo a Espanha, entregaram-nas para passageiros de avião que voltam de áreas afetadas pela gripe suína. Acredita-se que existam máscaras suficientes para metade da força de trabalho do sistema de saúde público do Reino Unido, mas autoridades já discutem com fornecedores sobre pedir outros 30 milhões para ajudar no caso de uma pandemia. Trabalhadores da área de saúde receberam a ordem de usá-las, assim como luvas especiais, se entrarem em contato com vítimas em potencial da gripe suína. O professor Oxford acredita que essa estratégia seja correta: "Eles são pessoas que mais provavelmente entrarão em contato com o vírus, e os que poderiam passá-lo à frente", diz ele. O Departamento de Saúde britânico concentrou seus esforços em obter o que se chama de máscaras respiratórias. Essas têm filtros, que impedem a pessoa de aspirar algumas partículas no ar. Essas são muito mais eficientes do que as máscaras padrão ou máscaras contra poeira como as que são usadas por trabalhadores da construção civil. No entanto, nenhuma das máscaras consegue impedir 100% que partículas as atravessem, e se tornam menos eficientes quando úmidas. Elas são mais eficientes ao impedir que o vírus saia. O doutor Ronald Cutler, vice-diretor de ciência biomédica da Universidade de Londres, afirma: "Se você espirra com uma máscara o vírus pode ser contido, portanto, desse ponto de vista, se todos usarem máscaras podemos parar o alastramento do vírus", afirma ele.

"Ou você pode fazer com que as pessoas com gripe as usem, mas no momento em que eles forem diagnosticados como pacientes da doença pode ser tarde demais. E o problema é que quando alguém espirra tende a retirar a máscara. Acho que as máscaras dão às pessoas uma sensação falsa de segurança".