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OMS eleva alerta de gripe suína e Brasil tem dois suspeitos

29/04/2009 18h24

O risco de pandemia global da gripe suína passou a ser considerado pela Organização Mundial de Saúde como 'iminente' nesta quarta-feira, dia em que o Brasil confirmou que duas pessoas, uma em São Paulo e outra em Minhas Gerais, são suspeitas de terem contraído a doença.

A OMS elevou o nível de alerta referente ao surto de gripe suína de quatro para cinco, um abaixo do estágio máximo da escala, que caracterizaria uma pandemia.

"Mesmo que a maioria dos países não seja afetada neste momento, a declaração da fase cinco é um forte sinal de que uma pandemia é iminente e que o tempo para finalizar a organização, comunicação e implementação das medidas é curto", disse a diretora-feral da OMS, Margaret Chan. O critério usado para caracterizar o estágio cinco é quando existe a transmissão do vírus em pelo menos dois países de uma região. Nesta quarta-feira foi confirmado, na Espanha, o primeiro caso de uma pessoa infectada que não havia viajado ao México. O jornal espanhol El Mundo diz que o paciente morto teve contato com alguém que esteve no México. O nível seis significa que o mundo já atravessa uma pandemia.

Brasil Também nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que há dois casos suspeitos no Brasil: um em São Paulo e outro em Belo Horizonte (MG).

Segundo o ministro José Gomes Temporão, esses dois pacientes já estão sendo tratados com oseltamivir, que é um dos dois medicamentos recomendados pela OMS contra a gripe suína. Há ainda 36 casos em monitoramento.

Temporão disse que o Brasil dispõe de 6.250 tratamentos para adultos e 6.250 tratamentos para crianças.

Além disso, o Brasil tem matéria-prima para a produção de outros 9 milhões de tratamentos contra a gripe suína. Segundo o ministério, cada tratamento é composto de dez doses do remédio. A produção do medicamento pode ser iniciada assim que for necessário, disse Temporão.

O ministro afirmou que os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro já receberam 200 tratamentos cada e que nesta quinta-feira os outros Estados brasileiros receberão 20 tratamentos cada.

Temporão ressaltou que a auto-medicação com remédios convencionais para gripe não surte efeito e deve ser evitada. Matança Pouco antes, Keiji Fukuda, diretor-assistente da OMS para saúde, segurança e meio ambiente afirmou que "não há evidências de que as pessoas estão contraindo a doença por terem contato direto com porcos".

"O vírus parece estar se movendo de uma pessoa à outra", disse ele.

Mesmo assim, o Egito se tornou o primeiro país a ordenar o sacrifício em massa de animais para tentar evitar o alastramento da doença. Os cerca de 300 mil porcos do país começaram a ser mortos nesta quarta-feira.

EUA e México Também nesta quarta-feira foi confirmada a primeira morte causada pela gripe suína fora do México. Um bebê mexicano de 23 meses morreu no Estado americano do Texas, onde visitava parentes.

O governo dos Estados Unidos afirmou que o número de infectados no país subiu de 65 para 91 em dez Estados. Os Estados Unidos seriam capazes de fabricar uma vacina contra a doença "apenas no início de setembro, se tudo correr bem", disse ao Congresso americano uma alta integrante do departamento de Saúde do país, Anne Schuchat.

O México reviu suas estatísticas e afirmou que apenas sete, e não vinte pessoas como havia dito anteriormente, morreram por causa da gripe. O país suspeita que o número total de vítimas fatais seja de 159.

Por outro lado, o número de casos confirmados da doença no país aumentou de 23 para 49 nesta quarta-feira.

A maioria do comércio e atrações turísticas na capital mexicana foram fechadas, para tentar conter o surto.

Dez países já confirmaram oficialmente casos da gripe. Além de Estados Unidos e México, a doença foi confirmada, segundo dados da OMS, no Canadá (com 13 ocorrências), Espanha (4), Grã-Bretanha (2), Nova Zelândia (3) e Israel (2). Os dados divulgados pelos países são ligeiramente mais altos do que os números da OMS, com três casos na Alemanha, 10 na Espanha, um na Áustria, dois na Costa Rica e cinco na Grã-Bretanha.

Entre os países que investigam casos suspeitos estão Austrália, Chile, Dinamarca e Brasil.