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China libera mexicanos de quarentena

05/05/2009 05h50

A China liberou o retorno ao México de cerca de 70 pessoas que tinham sido colocadas em quarentena para evitar a propagação do vírus da gripe suína originado no país latino-americano.

A permissão para que os cidadãos mexicanos retornassem ao seu país só saiu depois de intensa disputa diplomática. Um avião fretado chegou nesta terça-feira à Xangai para buscar os mexicanos que estão isolados em Pequim, Xangai e Guangzhou.

O México classificou a quarentena imposta pela China como "injustificável", enquanto os chineses afirmaram se tratar de uma medida necessária por questão de saúde pública.

Pessoas de outras nacionalidades, inclusive chineses, vindas do México também estão sendo mantidas em quarentena no país asiático.
Ordem
A ordem de colocar todos os passageiros vindos do México de quarentena foi dada após a identificação de um turista mexicano infectado com o vírus H1N1 em Hong Kong.

O jovem de 25 anos veio da Cidade do México via Xangai e apresentou os primeiros sintomas da gripe na quinta-feira, dia 30 de abril.
Após a confirmação de que ele infectado pelo vírus da gripe suína, todas as pessoas que viajaram no mesmo vco e as que estavam hospedadas no mesmo hotel foram colocadas de quarentena ou sob observação.

Esse grupo inclui cidadãos de diversos países.
Após o incidente, a China decidiu isolar todos os passageiros vindos do México e suspendeu as conexões para o país latino-americano.
Viajantes mexicanos que chegaram à China no fim de semana já não puderam circular livremente.
Entre os confinados está o cônsul-geral do México em Guangzhou.

Esse grupo de cerca de 70 pessoas deve retornar ao México em breve, no avião fretado da Aeromexico que aterrissou nesta terça-feira na China.
Um outro avião, da Air China, deverá viajar ao México para resgatar os cerca de 200 chineses que ficaram retidos no país após a suspensão das conexões aéreas entre os dois países.
Condições inaceitáveis
Durante as negociações diplomáticas a ministra das Relações Exteriores do México, Patrícia Espinosa, reclamou que "cidadãos mexicanos sem quaisquer sinais de enfermidade" estavam sendo isolados em "condições inaceitáveis".

Enquanto isso, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, defendeu a situação afirmando na segunda-feira que "as medidas não são direcionadas aos mexicanos e não são discriminatórias. É apenas uma questão de saúde, inspeção e quarentena".

Segundo a Organização Mundial da Saúde, até a manhã desta terça-feira já estavam confirmados 1.124 casos de infecção pelo vírus da gripe suína em 21 países, com 26 mortes (apenas uma fora do México, no Estado americano do Texas).

Atritos
A cautela chinesa em relação à gripe suína pode causar mais atritos diplomáticos, pois agora o Canadá questiona a necessidade de colocar cidadãos de seu país em quarentena.

Há relatos de que um grupo de 20 estudantes, aparentemente sem sintomas da doença, esteja sendo mantido isolado contra a vontade própria no nordeste da China.
Além disso, a China suspendeu a importação de porcos da região de Alberta, onde casos da doença foram detectados, e o Canadá prometeu tomar providências na Organização Mundial de Comércio.