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Pesquisadores da Unesp desenvolvem AZT de uso nasal

Em São Paulo

12/05/2009 11h35

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram uma fórmula para administrar por via nasal o AZT, medicamento usado no coquetel antiaids. O objetivo é tornar a absorção mais eficaz e reduzir efeitos colaterais. No mundo, cerca de 32 milhões de pacientes usam o remédio, conhecido também como zidovudina.

"A estratégia é evitar que o AZT passe pelo estômago, intestino e fígado, onde é transformado em substâncias tóxicas, e, nesse processo, provoca efeitos colaterais", explica a pesquisadora Maria Palmira Gremião, do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica do câmpus de Araraquara.

"Além disso, o AZT é um exemplo de fármaco que se decompõe nessa trajetória e somente 60% da dose administrada chega à circulação sanguínea, para então, começar a agir", diz a pesquisadora. Por causa dessa decomposição, pacientes precisam ingerir doses muito altas do medicamento, gerando mais toxicidade no organismo. Os principais efeitos colaterais do AZT são redução dos glóbulos vermelhos e brancos do sangue, o que provoca anemia, fraqueza, cansaço e maior dificuldade de coagulação. Podem surgir manchas na pele e nas unhas, insônia, perda momentânea de memória e inflamação dos músculos.

Segundo a pesquisadora, a vantagem da administração via nasal é que a membrana do nariz é muito vascularizada e a mucosa que reveste o tecido é mais fina, apresentando uma barreira menor para a absorção da substância. Sem contar que, uma vez atravessada a mucosa, o AZT cairia direto na corrente sanguínea. Os experimentos foram realizados somente in vitro, num sistema que simula a resposta do organismo. A próxima etapa, que deve começar este ano, é testar a formulação em animais de laboratório para saber com mais detalhes e doses seguras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.