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Levantamento mostra que mortes por abuso de drogas batem recorde

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

24/06/2009 12h30

Segundo relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre casos de intoxicação no país, divulgado na semana passada, as mortes por overdose bateram recorde. Pela primeira vez ocuparam o segundo lugar no ranking de morte por intoxicação para o sexo masculino, superando os raticidas (ficam atrás dos agrotóxicos). Os dados são referentes ao ano de 2007.

O consumo de cocaína está crescendo em vários países da América do Sul, incluindo o Brasil. É o que aponta relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre drogas divulgado nesta quarta-feira (24). Em números absolutos, o mercado brasileiro é o que mais consome a droga no continente, com cerca de 890 mil usuários, o equivalente a 0,7% da população entre 12 e 65 anos, segundo dados dos anos 2006/2007. Em 2001, os usuários de cocaína representavam 0,4% da população. Leia mais
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Houve 64 óbitos no último balanço, ante 42 no ano anterior. Em 2000, foram 7 registros. Apesar das informações não representarem um número absoluto alto, lançam luz sobre um problema não notificado. Os medicamentos, por exemplo, líderes em ocorrências de intoxicação (foram 81 mortes), também escondem casos em que os remédios são utilizados para o "uso recreativo", com o intuito de "dar barato".

"Enquanto no geral os casos de intoxicação são provocados por medicamentos, pelo mau uso, e as crianças com menos de 5 anos são as vítimas principais, o perfil do intoxicado por drogas é outro", afirma Rosany Bothner, diretora do Sistema de Notificação por Intoxicação (Sinitox) da Fiocruz. "Os casos acontecem por abuso e os jovens entre 20 e 29 anos respondem por 35% das notificações." Esse aumento de letalidade, avaliam os especialistas, se deve à maior mistura dos entorpecentes. Mas o toxicologista da Unifesp Sérgio Graff alerta que o aumento também pode refletir numa melhor notificação por parte dos hospitais.

AE