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Fiocruz: além da pálpebra, leishmaniose afeta parte interna do olho

01/07/2009 14h00

São Paulo - Pesquisadores dos laboratórios de Biologia Estrutural e de Imunomodulação e Protozoologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) criaram um modelo para estudar de que forma uma das manifestações da leishmaniose, a lesão ocular, se desenvolve no homem. De acordo com a Fiocruz, os resultados mostraram que a infecção atinge não somente as pálpebras, mas também a parte interna do olho. "Até agora, os estudos sobre casos humanos de leishmaniose ocular registravam o efeito da infecção sobre as pálpebras dos pacientes. Nosso trabalho buscou investigar a infecção do bulbo ocular pela 'Leishmania', incluindo as estruturas internas do órgão", descreve a pesquisadora Katia Calabrese.

O modelo experimental deve facilitar a identificação de lesões oculares associadas à leishmaniose, permitindo um diagnóstico precoce e um tratamento adequado. De acordo com os pesquisadores, o estudo serve para alertar oftalmologistas sobre a possibilidade de lesões oculares causadas por infecções parasitárias, um diagnóstico considerado mais raro. Para o parasitologista Roberto Tedesco, coordenador da pesquisa no Laboratório de Biologia Estrutura, o modelo foi determinante para a pesquisa da leishmaniose ocular humana e deve funcionar como um espelho do organismo humano.

Os pesquisadores desenvolveram o modelo para investigar a ocorrência da doença em camundongos de duas linhagens diferentes: uma suscetível e outra resistente à infecção por parasitos do gênero "Leishmania", causadores das leishmanioses. Foram analisadas cerca de 2 mil amostras de tecido ocular infectado pela "Leishmania" para um mapeamento detalhado do curso das lesões oculares. O modelo já havia sido implantado anteriormente por Tedesco para pesquisa da toxoplasmose ocular.

AE