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Pesquisa nos EUA pode levar a nova vacina contra raiva

09/07/2009 09h40

São Paulo - Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram um protótipo de vacina contra a raiva que demandaria uma única dose para produzir o efeito imunizador e poderia ser eficaz mesmo quando o vírus já chegou ao cérebro, na fase mais avançada da doença. Os testes foram realizados em camundongos. O trabalho, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), descreve um possível caminho para a produção de uma vacina com vírus atenuados por manipulação genética.

A atual vacina para uso em humanos costuma ser administrada depois que alguém sofre a mordida de um animal infectado. A imunização demanda cinco doses do produto e deve ser aplicada antes de o vírus atingir o cérebro, o que pode ocorrer em poucas semanas. Somente pessoas com grande risco de exposição ao vírus são imunizadas previamente.

As vacinas disponíveis atualmente são feitas com microrganismos inativados ("mortos"), técnica menos eficaz - vírus vivos e atenuados produzem uma resposta imunológica mais consistente -, mas mais segura - não há risco de que o vírus torne-se perigoso novamente.

Na pesquisa, os microrganismos modificados foram injetados no crânio de camundongos saudáveis e imunodeprimidos, tanto filhotes como adultos. Não desenvolveram a doença, um indício da segurança da técnica. Alguns animais vacinados foram expostos ao vírus selvagem da raiva. Não houve sintomas, comprovando a imunização. Camundongos também receberam a vacina depois de serem infectados e o cérebro ter sido afetado. Em alguns animais, o método produziu uma resposta imunológica capaz de chegar ao sistema nervoso central e barrar a replicação do vírus.

Antes de realizar testes em humanos, os pesquisadores pretendem estudar a vacina em cachorros e macacos. O biólogo Bernhard Dietzschold, da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, considera difícil prever quando o produto estará pronto. "Dependerá das parcerias com empresas e institutos de pesquisa", pondera. "No mínimo, cinco anos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE