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Problema no ouvido é uma das causas do medo de altura, diz pesquisa

03/09/2009 11h40

São Paulo - Pesquisa do Departamento de Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP) mostra que quem sofre de acrofobia (medo de altura) possui alterações no equilíbrio da postura. Em lugares altos, a dificuldade de se equilibrar pode originar, agravar ou manter o estado de medo. Em uma dissertação de mestrado, a fisioterapeuta Catarina Boffino apontou que o sistema vestibular, região do ouvido interno que ajuda a se equilibrar e perceber a aceleração e sensação da gravidade, dos acrofóbicos não funciona adequadamente. Essa dificuldade é superada no dia-a-dia por meio de informações que vêm da visão ou da superfície na qual estão os pés.

O resultado é que perdem o equilíbrio em lugares altos porque ocorrem duas situações para as quais eles não estão preparados: necessidade de percepção visual de movimentos e interação entre os sistemas de neurônios responsáveis pela cognição e pelo controle do equilíbrio. Quando se junta o medo da perda de controle do corpo com a fobia, que tem causas psicológicas, os sintomas são vertigem, ansiedade e angústia que parecem desproporcionais.

Com uma plataforma, a pesquisadora mediu o equilíbrio de 70 pessoas - 31 delas apresentavam medo de altura. O equilíbrio foi analisado em voluntários jogando ou não um game de computador que exigia atenção visual, com a plataforma fixa ou balançando. No jogo, tinham que manter uma bolinha dentro de um quadrado que se movia de forma imprevisível.

Com o estudo, chegou-se à conclusão de que o centro de massa dos voluntários que tinham medo de altura mudava mais de posição do que os que não tinham a fobia. No momento em que eles estavam jogando com a plataforma em movimento, por exemplo, o centro de massa variava 5 centímetros quadrados, contra 2 centímetros quadrados das pessoas sem acrofobia.

Foi a primeira prova encontrada pela ciência de que acrofóbicos têm anormalidades no sistema que o corpo utiliza para se equilibrar. O grupo também fez menos pontos no jogo, o que sugere anormalidades na percepção visual de movimento. As informações são da Agência USP de Notícias.

AE