Topo

Procon: preço de medicamento tem até 295% de diferença

06/08/2010 11h40

São Paulo - Pesquisa feita pelo Procon-SP nas farmácias da capital encontrou diferença de até 295% no preço de medicamentos genéricos. É o caso da dipirona sódica (analgésico que tem como medicamento de referência a Novalgina), cujo preço variou entre R$ 0,98 e R$ 3,88, apontou o levantamento. Realizada no final de julho e começo de agosto, a pesquisa conferiu os preços de 26 medicamentos, nas versões genérica e de referência, em 15 farmácias da cidade. Foram incluídos na listagem remédios de uso livre e aqueles vendidos apenas sob prescrição médica.

Como os genéricos são produzidos por diversos laboratórios, a pesquisa comparou o genérico mais caro e mais barato sem levar em conta o fabricante. Já dentre os medicamentos de referência as variações são menores, mas ainda assim eles podem custar quase o dobro na farmácia vizinha. É o caso do Dexason (cetatodedexametason), que teve diferença de 91%, ou R$ 3,86 entre o mais barato e o mais caro.

Para a técnica do Procon, Cristina Martinussi, as diferenças encontradas na pesquisa são significativas. "São diferenças grandes, apesar de as maiores estarem justamente nos produtos de menor valor agregado", diz ela. Os motivos dessas discrepâncias, segundo Cristina, são vários e dizem respeito, principalmente, aos acordos comerciais feitos entre os distribuidores e os varejistas. "Fatores como o porte da drogaria, o volume que ela compra, a variedade de produtos do mesmo laboratório que ela oferece nas prateleiras influenciam diretamente no preço que ela paga por eles", afirma.

O diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sincofarma), Juan Carlos Becerra, lembra que, além da política de distribuição de cada laboratório, o preço de produção dos genéricos varia para cada laboratório, mesmo ele sendo uma "cópia" do original. "Depende dos padrões adotados pelo laboratório. Cada empresa gasta mais ou menos no processo, tem um rigor diferente nos testes e no controle de qualidade", diz ele. As informações são do Jornal da Tarde.

AE