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Juíza acata denúncia de fraude em hospital em Santos-SP

19/08/2010 11h06

São Paulo - A juíza da 4ª Vara Criminal de Santos (SP), Elizabeth de Freitas, acolheu na semana passada denúncia do Ministério Público Estadual contra 11 pessoas supostamente envolvidas no escândalo do tratamento simulado de radioterapia no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos. Entre os acusados estão o secretário de Saúde da cidade, Odílio Rodrigues Filho, e o presidente do hospital, Ademir Pestana, que não teriam agido, apesar de saberem do problema.

As suspeitas de que pacientes estariam sendo tratados com uma máquina quebrada surgiram no fim de 2009. Depoimentos colhidos pela promotoria evidenciaram que o acelerador linear (dispositivo que emite feixes de radiação) começou a apresentar defeitos em 2007 por causa do desgaste da bomba de cobalto. Mesmo assim, o médico Hilário Romanezi Cagnacci continuou prescrevendo o tratamento.

Cagnacci é um dos donos da empresa Unired, que havia arrendado o setor de radioterapia do hospital. Ele, dois sócios e duas médicas respondem pelo artigo 273 do Código Penal (falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins medicinais) e podem ser condenados a até 15 anos de reclusão.

Contratado pelo hospital, o advogado Eugenio Malavasi afirmou que apresentará resposta à acusação quando tiver acesso aos autos. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Santos informou que o secretário não vai se manifestar sobre o momento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE