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Unifesp: estudo aponta dano ao cérebro para usuário 'leve' de maconha

08/11/2010 20h20

São Paulo - Pesquisa realizada no Laboratório de Neurociências Clínicas (LiNC), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta que danos no cérebro podem ser expressivos também para usuário "leve" de maconha, segundo comunicado divulgado hoje pela instituição.

O estudo, que foi feito pela neuropsicóloga Maria Alice Fontes e teve a orientação de Acioly Tavares de Lacerda, do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, alerta para os prejuízos gerados pela substância nas chamadas "funções executivas" do cérebro. "A função executiva nos permite processar e organizar todas as novas informações que nos são passadas diariamente e que necessitam de planejamento, iniciação, memória operacional, atenção sustentada, inibição dos impulsos, fluência verbal e pensamento abstrato", explicou Maria, no comunicado.

Lacerda explica que esse é o estudo com a maior amostra no mundo de usuários crônicos avaliados por meio de testes neuropsicológicos e o primeiro que mostra que os déficits cognitivos pelo uso leve da droga, ou seja, de cerca de dois cigarros por dia, porém crônico, parecem ser expressivos em desencadear disfunções no cérebro humano. "Quanto mais precoce e maior a exposição à droga, pior também será a memória, mesmo depois de um período de abstinência", disse. A idade dos participantes da pesquisa variou entre 18 e 55 anos.

Equipe AE